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Manifestantes tentam invadir prefeitura e entram em confronto com PM no RS

14 ago 2013 - 19h49
(atualizado em 15/8/2013 às 03h23)
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Manifestantes hostilizam PMs e guardas municipais em frente à prefeitura de Porto Alegre
Manifestantes hostilizam PMs e guardas municipais em frente à prefeitura de Porto Alegre
Foto: Daniel Favero / Terra

Manifestantes que protestavam em frente à prefeitura de Porto Alegre entraram em confronto com policiais militares e guardas municipais na noite desta quarta-feira, depois que um grupo foi barrado ao tentar invadir o prédio. Um adolescente foi apreendido e um PM foi agredido, e diversas vidraças da prefeitura foram quebradas.

Manifestantes tentam invadir prefeitura de Porto Alegre:

A multidão se reuniu por volta das 18h30 em frente ao paço municipal. Apesar do início pacífico, o clima entre manifestantes e os guardas municipais que faziam a segurança da prefeitura era hostil, enquanto grupos minoritários chegaram a cuspir em direção aos agentes públicos.

Um grupo de manifestantes pediu aos guardas que permitissem a sua entrada na prefeitura, com o objetivo de conversar com algum secretário municipal a respeito do projeto de passe livre no transporte público da capital gaúcha. Barrados pela segurança, os manifestantes se dirigiram aos fundos da prefeitura, na avenida Siqueira Campos, onde tentaram invadir a prédio. 

PM é ferido durante protesto em Porto Alegre:

Um policial militar que acompanhava a ação deteve um dos manifestantes, mas foi derrubado e agredido por um grupo de pelo menos 15 pessoas. Em seguida, houve reforço na segurança, com a chegada de tropas da Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha) e da Guarda Municipal, dando início a um grande confronto.

Com o detido imobilizado, a Tropa de Choque disparou bombas de gás e de efeito moral contra a multidão, que se dispersou. Segundo a Brigada Militar, o detido era um adolescente, que foi encaminhado à Delegacia Especial da Criança e do Adolescente. O PM agredido sofreu ferimentos no rosto e na mão, e foi conduzido ao Hospital de Pronto-Socorro, onde receberá atendimento médico.

Por volta das 19h40, o grupo voltou a se concentrar ao lado do Mercado Público. Mais tarde, cerca de 30 manifestantes se reuniram em frente à Delegacia da Criança e do Adolescente (Deca), para aguardar a liberação do detido. Os pais dele foram chamados ao local.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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