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Manifestantes seminus tiram foto dentro da Câmara de Dourados

16 ago 2013 - 14h23
(atualizado às 14h37)
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Cerca de 70 manifestantes que ocupavam a Câmara Municipal de Dourados (MS), a 230 quilômetros de Campo Grande, ficaram seminus dentro do prédio do Legislativo para tirar uma foto na quinta-feira. O grupo deixou o plenário após 43 dias ocupando o local em protesto pela redução da passagem de ônibus. Os jovens também viraram um mural com fotos dos vereadores, deixando os retratos de cabeça para baixo. As informações são do Jornal Hoje, da Tv Globo.

A ação dos manifestantes de Dourados lembrou o ocorrido na Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) em julho, quando 22 pessoas que ocupavam o local posaram nuas ou seminuas para uma foto. Na capital gaúcha, alguns retratos de vereadores também foram virados. Na cidade sul-mato-grossense, a ocupação da Câmara chegou ao fim depois que a prefeitura prometeu analisar a redução da tarifa de transporte público.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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