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Manifestantes protestam contra Cabral no centro do RJ

Ato teve tumulto e ao menos dois manifestantes foram presos

19 ago 2013 - 20h08
(atualizado em 20/8/2013 às 12h16)
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manifestantes ligados ao movimento Black Bloc fazem parte do protesto desta segunda-feira
manifestantes ligados ao movimento Black Bloc fazem parte do protesto desta segunda-feira
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press

Manifestantes, a maioria formada por integrantes do Black Blocs, participam no início da noite desta segunda-feira, de uma passeata pelo centro da capital fluminense. Eles saíram das escadarias da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, e seguem pela avenida Presidente Antônio Carlos.

O objetivo inicial dos manifestantes era ir para o Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, no bairro de Laranjeiras, mas eles mudaram de ideia e tomaram o caminho que leva para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). 

Os manifestantes, cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), fizeram um cordão de isolamento para evitar a aproximação dos policiais. A maioria estava com o rosto coberto e usava escudos. Eles pediam a saída do governador Sergio Cabral (PMDB), o aprofundamento das investigações sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza e protestavam contra a forma como foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, na Câmara Municipal.

A PM acompanhou os ativistas. Policiais do Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões (GPPM), criado recentemente com objetivo de mediar conflitos com manifestantes, na tentativa de evitar que os protestos descambem para a violência, estavam no local. Também estavam presentes policiais do 6º Batalhão da PM (Tijuca). Eles usavam escudos, capacetes e armas consideradas não letais. 

Manifestação tem tumulto e detidos

Por volta das 20h, houve um princípio de confusão durante o protesto. Os manifestantes seguiram para a Alerj e ocuparam as escadarias do prédio. Os policiais impediram o grupo de continuar no local, quando começou a correria e continuou na rua da Assembleia.

Na rua, sacos de lixo foram espalhados e a vidraça de uma agência bancária foi quebrada. A polícia deteve dois manifestantes. A maior parte do grupo correu em direção à avenida Rio Branco, que teve o trânsito interditado por questões de segurança. 

Protesto complica o trânsito no centro do Rio de Janeiro

Durante a passeata manifestantes interditaram o trânsito na avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro do Rio de Janeiro. Segundo o Centro de Operações da prefeitura da cidade, a avenida ficou com o tráfego bloqueado por cerca de 20 minutos, na altura da Cinelândia. 

Segundo o Centro de Operações, a avenida Rio Branco teve o tráfego bloqueado de 19h30 às 19h50. Por volta das 19h50, os manifestantes interditaram a pista lateral da avenida Presidente Antônio Carlos, na altura da avenida Franklin Roosevelt, também no centro. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Com informações da Agência Brasil

Colaborou com esta notícia o internauta Daniel Amaral, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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