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Cidades

Manifestantes mantêm acampamento em frente a prédio onde mora Cabral

7 ago 2013 - 14h43
(atualizado às 14h43)
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Manifestantes devem seguir "regras de boa convivência" em acampamento
Manifestantes devem seguir "regras de boa convivência" em acampamento
Foto: Alessandro Buzas / Futura Press

Um grupo de manifestantes segue acampado nas proximidades da residência do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul da capital fluminense. Com faixas e cartazes, o grupo pede a saída do governador do cargo, pedindo a solução do caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, que sumiu após ser detido por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.

O movimento "Ocupa Cabral" está concentrado há mais de uma semana na esquina da rua Aristides Espínola com a avenida Delfim Moreira, no Leblon, um dos endereços mais valorizados do Rio de Janeiro. Entre as reivindicações do grupo está a desmilitarização da polícia e maiores investimentos nas áreas da saúde e da educação.

Recentemente, o governador apelou aos manifestantes para que eles parassem de protestar nas imediações de seu apartamento. Na ocasião, Cabral alegou que tinha filhos pequenos e que eles não mereciam passar por isso.

Protestos mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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