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Manifestantes fazem ato pelo direito de protestar no Rio

30 jul 2014 - 19h58
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Diversas máscaras de Bakunin foram vistas na manifestação
Diversas máscaras de Bakunin foram vistas na manifestação
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Manifestantes interditam a avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira, em um protesto contra prisões de ativistas políticos que vêm acontecendo desde os atos de junho de 2013. No “Ato Nacional pela Liberdade dos Presos Políticos”, os participantes afirmam que protestar não é crime e reivindicam o direito de reunião e de livre manifestação. Na página do evento no Facebook, os organizadores chamam de arbitrárias as prisões de manifestantes em todo o País e lembram da detenção de 21 pessoas acusadas de associação criminosa armada em 12 de julho, véspera da final da Copa do Mundo, no Rio. 

Os manifestantes saíram da Candelária e carregam cartazes com os dizeres "Paz sem voz não é paz, é medo" e "Contra a criminalização das lutas, movimentos sociais e ativistas". Alguns participantes levaram máscaras de papel com o rosto do teórico russo Mikhail Bakunin, que difundiu o anarquismo. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Bakunin foi citado por uma ativista presa em um telefonema gravado pela polícia e, a partir daí, figurou nos autos como suspeito, apesar de ter morrido em 1876.

Os manifestantes levaram uma cama elástica ao protesto e pulavam em cima dela, num ato que chamaram de "pula a repressão". Uma das participantes do ato tirou a blusa e pulou com os seios de fora, com uma máscara do Bakunin cobrindo o rosto.

Os manifestantes projetaram frases luminosas nas paredes de prédios da avenida Rio Branco, como "Quem tem medo da liberdade de expressão" e "Liberdade aos presos políticos".

Havia também cartazes mencionando as denúncias de corrupção contra o deputado federal e ex-secretário municipal do Rio Rodrigo Bethlem, questionando "Rodrigo Bethlem roubou milhões. Será que ele vai para Bangu?".

Duas pessoas carregavam cartaz em referência a atos de violência sofridos por jornalistas, em que se lia "Jornalista é trabalhador. Chega de violência".

Conforme a Polícia Militar, cerca de 200 pessoas estão no ato, que é pacífico até o momento. Eles pretendem andar até a Cinelândia. O ato desta quarta-feira reúne também pessoas pedindo mais verbas para a saúde pública, isonomia salarial para garis aposentados, funcionários do IBGE reivindicando abertura de negociações salariais, militantes do PSTU com adesivos do candidato à presidência Zé Maria, pessoas com bandeiras do Psol e do PCO. Cerca de 350 policiais militares acompanham o protesto.

No último dia 24, foram soltos três ativistas que estavam no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Eles estavam entre os beneficiados por habeas corpus concedidos pelo desembargador Siro Darlan a 23 acusados de atos violentos em manifestações e de associação criminosa. 

O desembargador fundamentou sua decisão dizendo que a soltura deles “não causa qualquer risco ou perigo à sociedade” e afirmou que não há qualquer individualização das condutas dos réus na peça acusatória, impossibilitando a defesa de exercitar o contraditório e a ampla defesa. Dois ativistas, Fábio Raposo e Caio Silva e Souza, permanecem presos porque respondem pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, que morreu ao ser atingido por um rojão na cabeça enquanto filmava um protesto no centro do Rio.

Fonte: Terra
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