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Mais de 50 são detidos em confrontos durante protesto no Rio

12 jul 2013 - 11h29
(atualizado às 11h31)
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Os confrontos da noite de quinta-feira no Rio de Janeiro resultaram na detenção de 56 pessoas, de acordo com a polícia. Destas, 26 foram detidas no centro e 30 nas imediações do Palácio Guanabara.

 

A passeata marcada pelas centrais sindicais para o centro do Rio, na tarde e noite de ontem, teve cenas já vividas pelos cariocas em protestos anteriores: depredações, confrontos e bombas de gás jogadas pela Polícia Militar. No início, cerca de 2,5 mil manifestantes participavam do ato, que partiu da Candelária em direção à Cinelândia, quando os policiais jogaram bombas após um tumulto gerado pela prisão de um homem que quebrou uma vidraça da Igreja da Candelária.

Manifestantes também se reuniram em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, onde acabaram entrando em confronto com a polícia. O clima ficou tenso no local. Os PMs começaram a usar bombas de gás e spray de pimenta depois que algumas pessoas lançaram morteiros em direção ao palácio.

O Batalhão de Choque da Polícia Militar usou jatos de água, além das bombas de gás e spray de pimenta, para tentar dispersar o grupo. Cerca de 500 pessoas correram em direção aos prédios da região, mas alguns manifestantes continuaram lançando rojões em direção à PM. Os manifestantes montaram barricadas pelas ruas de Laranjeiras. 

Lixeiras da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) foram usadas pelos manifestantes para fazer as barricadas perto do Palácio da Guanabara. Placas de trânsito foram derrubadas e deixadas no meio da rua.

Ao contrário do centro da cidade, onde ocorreu a maioria das manifestações desde o mês passado, a região do palácio Guanabara é predominantemente residencial. Moradores acompanharam, aparentemente assustados, das janelas as explosões de bombas lançadas pela polícia. Um grupo se refugiou no hospital que fica em frente ao Palácio Guanabara. Visitantes e enfermeiros se queixaram dos efeitos do gás lacrimogêneo e muitas pessoas ficaram impedidas de sair do hospital, cuja fachada foi fechada com tapumes.

Confusão no centro

No centro, após um vândalo ter sido levado pela polícia, a multidão revidou jogando pedras e objetos nos policiais. Os agentes montaram uma barreira ao redor da Candelária. A situação foi contornada e a passeata seguiu tranquila. Mas, por volta das 19h, muito corre-corre e tumulto. Quando a passeata já contava com mais de 5 mil pessoas, a polícia voltou a agir. Segundo a PM, um grupo de cerca de 100 manifestantes vestidos de preto e com máscaras praticava atos de vandalismo e agressões. Bombas de gás e de efeito moral tentaram acabar com a quebradeira. 

Os vândalos atearam fogo em objetos na avenida Rio Branco, gerando risco de incêndio. Uma cabine da Polícia Militar na rua da Carioca e carros de som também foram atingidos por pedras. O Batalhão de Choque reforçou a segurança na Cinelândia, onde a estação do Metrô foi fechada.

"Fora Cabral"

A manifestação reuniu sindicalistas, aposentados, profissionais de ensino e estudantes. Gritos de "Fora Cabral" foram ouvidos durante toda a passeata.

Entre outras reivindicações, os manifestantes pediam a valorização dos aposentados, a reforma agrária e reivindicam o fim do projeto de lei 4330, atualmente em tramitação no Congresso, que legaliza a terceirização do trabalho no Brasil.

A maior parte do público presente era formada por pessoas mais velhas, diferentemente do que se observava nas manifestações do mês passado, em que os participantes eram predominantemente jovens. Também havia estudantes presentes à concentração, com camisas de escolas.

Por medida de segurança, todas as agências bancárias ao longo da avenida Rio Branco e no cruzamento com a avenida Presidente Vargas, no centro financeiro do Rio, foram cobertas por tapumes e fechadas para atendimento ao público.

Greve geral
Milhões de trabalhadores cruzaram os braços e paralisaram serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades no dia 11 de julho de 2013. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil. 

 

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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