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Cidades

Mãe adotiva de Ida Verônica briga por guarda definitiva

Menina foi adotada aos quatro meses e sequestrada oito anos depois pelos pais biológicos, que a levaram para a Itália

27 mai 2015 - 18h16
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A mãe adotiva de Ida Verônica, de 10 anos, Tarcila Gonçalina, entrou na Justiça com pedido de guarda definitiva da menina, que protagoniza um caso complicado e internacional de tutela.

Presidência tenta trazer Ida Verônica de volta ao Brasil
Presidência tenta trazer Ida Verônica de volta ao Brasil
Foto: Polícia Federal / Divulgação

Ida Verônica é filha biológica do italiano Pablo Milano Escarfulleri, 48 anos, e da dominicana Elida Isabel Feliz, 37. Logo após a menina nascer, o casal, que é acusado de tráfico de drogas, foi preso no Brasil. A menina, recém-nascida, ficou com sua irmã adotiva.

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Aos quatro meses, a menina foi adotada provisoriamente por Tarcila, que a criou até os oito anos, tendo em mãos o documento da guarda provisória.

Em abril de 2010, em uma ação armada, Ida foi sequestrada dentro da casa de Tarcila, em Cuiabá (MT). Desde este dia, a mulher nunca mais teve notícias da criança que criou por oito anos.

Na última sexta-feira (22), a polícia prendeu os pais biológicos de Ida Verônica na Itália, onde estavam vivendo com ela e o outro filho deles, que também havia sido entregue a família adotiva, no Paraná, e sofrido sequestro semelhante.

Um site de notícias italiano, Corriere Del Veneteo, noticiou a prisão do casal, no sábado (23), fazendo considerações sobre a complicada história de dupla nacionalidade da menina e dizendo que a Justiça brasileira tenta devolvê-la à mãe adotiva. Nesta quarta-feira (27), Tacila falou com a imprensa local que vai tentar repatriá-la ao Brasil.

“Entrei com a guarda definitiva, mas já tenho a provisória em mãos. Agora que prenderam os pais biológicos dela, como que fica a minha menina?”, questionou Tacila. “Se vai fizer em abrigo (sob a tutela do Estado italiano) que fique comigo”.

Deprimida desde que a menina foi levada, Tarcila diz que nada ameniza a dor da perda. “Ave Maria, é difícil demais passar por isso. Sabe aquele brilho que a gente tem na vida? Pois é, eu perdi. Se ao menos me deixassem falar com ela”, reclama.

Dois advogados apoiam a faxineira Tarcila. Além disso, a defensora pública da União Fernanda Tavares Homem de Carvalho pediu a repatriação da menina.

Desde que foi encontrada com os pais biológicos, em janeiro, na cidade de Cassola, na Itália, a defensora conversa com o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio dos quais o Brasil fez o pedido de repatriação da menina. Mas o processo está parado. “Ainda não me informaram mais nada sobre isso”, lamenta a mãe adotiva, que ao falar sobre o assunto.

O delegado Flávio Estringuetta, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), destaca ser muito difícil a menina voltar para o Brasil, já que tem nacionalidade italiana e dominicana.

No site italiano Corriere Del Veneteo, o advogado do pai biológico de Ida Verônica, Paul Salandin, afirmou que Pablo “caiu das nuvens”. Ele afirmou ainda que, se necessário, Pablo mudará de endereço. “Mas uma coisa é certa: a criança permanece na Itália, com seus pais”. 

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Fonte: Lindomar Assis Oliveira - Especial para o Terra Lindomar Assis Oliveira - Especial para o Terra
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