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Lula defenderá indicação de Zilda Arns a prêmio Nobel

15 jan 2010 - 23h07
(atualizado em 16/1/2010 às 00h10)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acatou a proposta do governador do Paraná, Roberto Requião, e irá "tratar pessoalmente" da indicação da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, ao Prêmio Nobel da Paz, informou o governo paranaense nesta noite. Por sugestão do governador, Lula também deve criar o Prêmio Zilda Arns para incentivar e reconhecer gestores públicos que se destaquem no combate à mortalidade infantil.

Ao lado de Dilma Rousseff, Lula participou do velório de Zilda Arns
Ao lado de Dilma Rousseff, Lula participou do velório de Zilda Arns
Foto: Denis Ferreira Netto / Futura Press

Lula foi a Curitiba nesta sexta-feira para acompanhar o velório de Zilda, morta na terça-feira no terremoto que atingiu o Haiti e destruiu a capital Porto Príncipe. Ele chegou por volta das 20h15 no Palácio das Araucárias, sede do governo do Paraná, acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. O presidente ficou reunido por cerca de 40 minutos com familiares e com o governador.

Lula conversou pessoalmente com cada um dos parentes de Zilda Arns, num encontro reservado no sexto andar do Palácio das Araucárias. Durante o encontro, o presidente ouviu e acatou as sugestões do governador sobre a indicação de Zilda ao Nobel da Paz pós-mortem e da criação do prêmio que levará o nome da fundadora da Pastoral da Criança.

Segundo Lula, a preocupação de Zilda Arns com as crianças é inédita na história do Brasil. Por isso, o presidente prometeu aos familiares dela que irá fazer campanha pela indicação póstuma ao Nobel da Paz.

Após o velório, Lula disse, em pronunciamento, que Zilda certamente faria tudo de novo, inclusive voltar ao Haiti. "Com certeza se pudéssemos perguntar a ela, certamente ela diria que voltaria a fazer tudo de novo, inclusive voltar ao Haiti", disse o presidente, afirmando que a morte da médica é "uma perda muito grande para o mundo".

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. O presidente haitiano, René Préval, afirmou que pelo menos 7 mil pessoas mortas no terremoto já foram enterradas em uma vala comum. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
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