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Justiça nega 7º pedido de prisão por envolvimento em vandalismo no Rio

Administrador de empresas de 29 anos flagrado por câmeras de vigilância disse que se envolveu em brigas para se defender

23 jun 2013 - 11h00
(atualizado às 12h15)
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Administrador de empresas beija cavalo de policiais em provocação antes de tumulto no Rio de Janeiro
Administrador de empresas beija cavalo de policiais em provocação antes de tumulto no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A Justiça negou o pedido de prisão temporária do administrador de empresas Gabriel Campos Pessoa de Mello, 29 anos, por envolvimento na confusão que marcou o início dos confrontos e atos de vandalismo na noite da última quinta-feira, em frente ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro. Este é o sétimo pedido de prisão temporária negado pela Justiça do Rio de Janeiro desde quarta-feira.

O pedido de prisão foi feito no plantão judiciário, no início da madrugada, pelo delegado-adjunto da 5ª DP (Mém de Sá), Antônio Bonfim. Ao inquérito encaminhado ao Ministério Público e à Justiça foram anexadas fotos que mostrariam Gabriel em várias situações: armado com pedaço de ferro na mão, em luta corporal com outros homens e também afrontando policiais militares a cavalo que faziam a proteção do prédio.

O administrador foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio, incitação ao crime e formação de quadrilha. Na noite de sábado, acompanhado de seis advogados, Gabriel prestou depoimento na delegacia e alegou que se envolveu em brigas para se defender.

Desde quarta-feira, o único pedido de prisão temporária de cinco dias concedido pela Justiça foi o de Arthur dos Anjos Nunes, 21 anos, por participação nos atos de vandalismo durante a manifestação do dia 17 de junho. Ele foi indiciado e teve a prisão decretada pela Justiça por formação de quadrilha e dano ao patrimônio depois de ser identificado pela polícia em imagens tentando invadir o prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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