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Justiça libera uso de força policial em reintegração da prefeitura de BH

30 jul 2013 - 16h19
(atualizado às 16h29)
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<p>Grupo de sem-teto ocupou&nbsp;a prefeitura de Belo Horizonte em protesto por di&aacute;logo com o prefeito, Marcio Lacerda</p>
Grupo de sem-teto ocupou a prefeitura de Belo Horizonte em protesto por diálogo com o prefeito, Marcio Lacerda
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

A Justiça de Minas Gerais determinou a reintegração de posse do prédio da prefeitura de Belo Horizonte, ocupada desde segunda-feira por um grupo de sem-teto que protesta no local. Na decisão, da juíza Simone Lemos Botoni, expedida em caráter de urgência, o uso de força policial para tirar os manifestantes da sede do Executivo municipal foi liberado.

Expedida na segunda-feira, a decisão foi divulgada hoje. Apesar de ter recebido o direito de uso de força policial, a prefeitura da capital mineira afirmou que tentará entrar em acordo com os manifestantes para que eles deixem o local sem conflitos. 

Nesta tarde, o grupo se reuniu com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). O secretário de Governo, José Valadão, também participa da reunião. Até as 16h15, as partes seguiam em negociação. 

Ocupação

Na segunda-feira, dia do início da ocupação da prefeitura, a advogada Larissa Pirchinier, representante do movimento, afirmou que o ato "é uma tentativa de abertura de diálogo com o prefeito Marcio Lacerda, que já governa há cinco anos e, até hoje, nada". 

O grupo vive em quatro áreas ocupadas irregularmente - as comunidades de Dandara, Eliana Silva, Irmã Dorothy e Vila Cafezal. "Ele (Marcio Lacerda) prometeu que não acionaria a Justiça para despejar as famílias, mas recentemente recebemos uma ação de despejo que está com mandado pendente para a comunidade Eliana Silva, que fica no (bairro) Barreiro", disse a representante dos manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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