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Jovem se desculpa por jogar dinheiro a manifestantes e nega agressão

15 jul 2013 - 21h18
(atualizado às 21h19)
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<p>A partir da atitude de familiar da noiva, manifestantes e polícia entraram em confronto durante festa de casamento</p>
A partir da atitude de familiar da noiva, manifestantes e polícia entraram em confronto durante festa de casamento
Foto: Erick Dau / Futura Press

O jovem Daniel Barata, 18 anos, flagrado numa imagem atirando "aviõezinhos" feitos com notas de R$ 20 da sacada do hotel Copacabana Palace, zona sul do Rio de Janeiro, a manifestantes que protestavam contra o casamento de sua prima Beatriz, voltou ao Facebook para se desculpar e negar que tenha sido ele quem atirou um cinzeiro, que feriu Ruan Nascimento. O protesto foi organizado porque a noiva é neta do empresário Jacob Barata, conhecido no Rio de Janeiro como o "Rei do Ônibus", cujas tarifas estão em debate pelo País.

<p>Manifestante vestida de noiva, em frente à Igreja do Carmo</p>
Manifestante vestida de noiva, em frente à Igreja do Carmo
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press

Mais cedo, o jovem havia usado a rede social para dizer que seu ato "foi desnecessário", e encerrou sua conta. Considerado suspeito de ter sido o responsável pelo ferimento ao manifestante, ele voltou e assegurou que não jogou o objeto. "Gostaria de pedir minhas sinceras desculpas a todos que se sentiram ofendidos com o que fiz na noite do último sábado." Ele disse que jogou uma nota de R$ 20 com o objetivo "de repudiar os manifestantes na entrada" e "admite que errou, assim como acredita que erraram os que atiraram pedras, ovos etc nos convidados da festa".

Ele reitera que não houve agressão: "Não to aqui pedindo o clamor de ninguém mas quero deixar bem claro que não tenho nada a ver com quem tacou cinzeiro em cima de manifestante (aliás ja tinha ido embora nessa hora) e tambem nao fazia ideia de soco na cara de advogado nenhum até ver o video aonde aparece um rapaz que nem sequer se assemelha a mim". 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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