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Cidades

Instituto Lula não vai intervir a favor de assentados, diz Dulci

23 jan 2013 - 16h01
(atualizado às 16h03)
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O ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula, afirmou nesta quarta-feira que a organização não pretende intervir junto ao governo para atender à demanda dos manifestantes que invadiram a sede da ONG na manhã de hoje, em São Paulo. Segundo Dulci, apesar de considerar justa a causa dos assentados, o instituto não pode interferir em decisões que cabem ao governo.

Cerca de 100 manifestantes invadiram o Instituto Lula na manhã desta quarta-feira
Cerca de 100 manifestantes invadiram o Instituto Lula na manhã desta quarta-feira
Foto: Fernando Borges / Terra

"Nós esperamos que o movimento entenda que, se queria dar visibilidade à causa, talvez já tenha conseguido o seu objetivo. O instituto não interfere em decisões de governo. Não só nessa área, como em nenhuma outra", afirmou o ex-ministro, em entrevista a jornalistas em frente ao prédio do instituto.

Cerca de 100 moradores do assentamento Milton Santos, localizado em Americana, no interior de São Paulo, invadiram o Instituto Lula, no Ipiranga, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Segundo o movimento, o ato é um protesto contra a decisão judicial que decidiu pela desocupação da área até o dia 30 de janeiro. No local, de acordo com o movimento, vivem 70 famílias que foram assentadas em 2006, durante o mandato do ex-presidente.

A coordenação do movimento afirmou que a intensão era de que Lula se manifestasse, ou até mesmo falasse com a presidente Dilma Rousseff sobre a questão. "Nosso assentamento foi criado durante o governo Lula e naquela época o governo federal falou que iria nos ajudar. Ontem, uma liminar do governo para que as famílias fossem mantida no local foi negada pela Justiça, e nos deram o prazo para sair até o final do mês", disse Paulo Albuquerque, um dos líderes da ocupação.

Os manifestantes, que já ocupavam o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde a semana passada, afirmam que permanecerão no local para exigir do governo federal a solução definitiva do problema. Eles querem que a presidente Dilma assine um decreto de desapropriação por interesse social do terreno, ocupado pelas famílias há mais de sete anos.

De acordo com Dulci, tão logo soube da ocupação, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, entrou em contato com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), para informá-lo da situação e entender a demanda dos manifestantes. "Esse tema não é da atribuição do instituto, que é uma organização não governamental. Existem órgãos do governo federal que têm atribuição legal nessa matéria, que cuidam disso e estão cuidando. Estão inclusive dialogando permanentemente com o movimento", disse Dulci, citando um novo recurso apresentado ontem pelo ministério para garantir a permanência dos trabalhadores no assentamento.

"Consideramos que a causa do movimento é justa, pelo que nos foi informado pelo ministério e pelo Incra. Mas não faz sentido ocupar o Instituto Lula, porque não é uma decisão que possa ser tomada, e o instituto não vai interferir nessa matéria", completou o ex-ministro.

Fonte: Terra
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