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Histórias de terror: cemitério teve suicídio e assassinato

Frequentado diariamente por centenas de pessoas, o Cemitério da Vila formosa já foi palco de crimes e acontecimentos incomuns

3 ago 2015 - 07h33
(atualizado às 08h02)
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O cemitério da Vila Formosa está presente não só nos registros oficiais da Prefeitura da capital, mas também nos boletins da delegacia do distrito local. Entre diversas ocorrências registradas tendo o cemitério como palco, pelo menos duas aconteceram de fato: um suicídio e um assassinato.

A primeira foi lembrada por Claudio Magalhães Soares, coveiro conhecido pelos colegas como Pastor. De acordo com ele, foi em 2010. Em uma tarde comum, uma mulher se sentou na quadra de indigentes – onde ele gosta de trabalhar por ser um ambiente silencioso, já que a área não costuma receber muitas visitações. Ela ficou por ali por algumas horas, quieta, sem fazer nada. O coveiro estranhou, mas não a incomodou, afinal poderia estar ali para visitar o túmulo de algum conhecido. Pouco tempo depois, encontraram-na morta. Ingeriu veneno.

“Chamamos a Polícia Militar, mas infelizmente não deu tempo. Ela acabou tomando ‘chumbinho’, veio a falecer e foi enterrada aqui mesmo, na quadra 39. A família e os policiais perguntaram se eu a tinha visto por aqui e respondi que sim. Mas, para mim, estava tudo bem. Oriento os visitantes quando estão em lugares muito desertos, mas nesse caso não parecia haver necessidade”, lamentou. 

Anos depois, em maio de 2014, aconteceu o crime. Uma mulher seminua foi encontrada morta pela manhã, amarrada em uma árvore com a própria blusa, com sinais de violência sexual e ferimentos no rosto. Alessandra Antero Correia, de 31 anos, tinha problemas mentais e costumava ir ao local levar flores à sepultura de uma amiga. Ela namorava um jardineiro do cemitério. Como o relacionamento que mantinham era conturbado, repleto de crises de ciúmes, o funcionário foi considerado o principal suspeito. Foi liberado, porém, por falta de provas.

Histórias reais 'de terror' rondam o Vila Formosa :
Foto: Fábio Santos / Terra

O administrador Antônio Targino da Silva lembra ainda de outra situação. Nesse caso, nenhum crime chegou a acontecer, mas a cena agoniante permanece em sua memória.

“No ano passado, cheguei aqui de manhã e encontrei um cidadão deitado dentro de uma cova. Estava vivo. Falei com ele, perguntei o que estava fazendo ali e ele disse: ‘meu irmão morreu ontem, quero morrer aqui também, pode jogar terra em cima de mim’. Imagina só. Chamamos a polícia e fomos o acalmando. Não é fácil lidar”. 

O administrador do cemitério Antônio Batista contou histórias do Vila Formosa
O administrador do cemitério Antônio Batista contou histórias do Vila Formosa
Foto: Terra

Números de homicídios

Segundo um levantamento do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) feito com base nos dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), a região do 58º DP, em Vila Formosa, única a não registrar nenhum homicídio em 2013, teve em 2014 cinco assassinatos, sendo que um deles foi o de Alessandra, dentro do cemitério. A taxa pulou de 0 para 7,6 homicídios a cada 100 mil.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da SSP destacou que a Polícia Civil ainda não registrou nenhum homicídio neste ano na região. “E a Polícia Militar esclarece que o policiamento da área é feito por meio dos Programas de Radiopatrulhamento, de Força Tática, de Ronda Escolar, ROCAM (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas) e Policiamento Comunitário. Como resultado dessas ações, somente nos cinco primeiros meses deste ano, a PM prendeu 56 pessoas, recuperou 57 veículos furtados ou roubados e apreendeu seis armas de fogo”, informou ainda. 

Urubu caminhando por uma das quadras do cemitério da Vila Formosa
Urubu caminhando por uma das quadras do cemitério da Vila Formosa
Foto: Fábio Santos / Terra
Fonte: Terra
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