PUBLICIDADE

Greve deixa 400 mil sem ônibus e causa filas em Florianópolis

Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades na noite de domingo e não têm previsão de retorno

10 jun 2013 - 08h30
(atualizado às 10h33)
Compartilhar
Exibir comentários
O prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior, rechaçou qualquer possibilidade de reajuste da tarifa (que hoje custa R$ 2,90), conforme vem sendo solicitado pelas empresas de transporte
O prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior, rechaçou qualquer possibilidade de reajuste da tarifa (que hoje custa R$ 2,90), conforme vem sendo solicitado pelas empresas de transporte
Foto: Marcelo Bittencourt / Futura Press

Uma greve de cobradores e motoristas deixa 400 mil usuários sem transporte público na região metropolitana de Florianópolis (SC) nesta segunda-feira. Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades na noite de domingo e não têm previsão de retorno. Na madrugada de hoje, os ônibus foram recolhidos às garagens das empresas e os terminais de integração foram fechados. 

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm">veja o infográfico</a>

A greve já era esperada em Florianópolis, e o reflexo na manhã desta segunda-feira foi visto nos terminais, que não tinham movimento de passageiros. Por volta das 6h, grandes filas se formaram em rodovias de acesso ao centro da cidade. Mesmo assim, houve quem fosse pego de surpresa. "Estava viajando e cheguei ontem. Não sabia que não teríamos transporte e não vou conseguir chegar no horário ao trabalho", lamentou Betânia Schmittel, 28 anos, que tentava uma carona diante do terminal do bairro Rio Tavares, na região sul da cidade.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 100% da frota circulasse pela manhã, mas a medida não foi cumprida. No entendimento de lideranças do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb), a decisão estaria cerceando o direito de greve. Em assembleia realizada no fim da noite de domingo, os grevistas rejeitaram a proposta do Sindicato das Empresas de Ônibus (Setuf).

A prefeitura criou um esquema de transporte alternativo com cerca de 200 vans e micro-ônibus escolares cadastradas para atender aos usuários. Os preços estão pré-definidos e variam entre R$ 5 e R$ 7. "O problema é que não vi nenhuma parar aqui. Passaram duas ou três, que estavam lotadas", relatou a diarista Elizabete Santiago Chagas, 49 anos, que tentatava chegar até até a Lagoa da Conceição. "Pelo menos para ir embora, minha patroa vem me trazer. Se não fosse assim, eu iria perder um dia de serviço", completou.

O que dizem os sindicatos e a prefeitura

O sindicato patronal ofereceu 4,23% de reajuste progressivo entre os meses de junho, julho e agosto. A categoria rejeitou o valor, exigindo 7,16% a partir do próximo dia 1º de agosto, além da redução da jornada de trabalho diária em 20 minutos a partir de maio do ano que vem. O Setuf alega trabalhar com prejuízo e não admite discutir a diminuição da carga horária.

O prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior, rechaçou qualquer possibilidade de reajuste da tarifa (que hoje custa R$ 2,90), conforme vem sendo solicitado pelas empresas de transporte. A maior alegação é o prejuízo causado por ondas de violências registrada nos últimos meses e que resultaram em duas dezenas de ônibus incendiados. Em nota, a administração pediu "serenidade" para minimizar os transtornos aos usuários.

Confira a íntegra da nota da prefeitura de Florianópolis:

1 – A prefeitura espera serenidade, bom senso e sensibilidade das partes envolvidas (sindicatos das empresas e dos trabalhadores) a fim de encerrar o quanto antes a paralisação,minimizando os transtornos à população e também os prejuízos ao comércio;

2 – A prefeitura vai exercer com todo vigor seu papel de fiscalizadora das empresas concessionárias do serviço público de transporte coletivo, com objetivo de verificar se estão sendo plenamente atendidas as exigências estipuladas pela Justiça do Trabalho;

3 – A prefeitura vai lançar mão de todas as ações legalmente previstas a fim de garantir que sejam assegurados todos os direitos dos usuários do transporte;

4 – A atual administração reitera que não vai conceder reajuste na tarifa do transporte coletivo no corrente ano.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade