Governo dá ultimato e oferece novas áreas para abrigar índios do Maracanã
Secretário de Assistência Social afirma que governo não vai abrir mão do prédio do antigo Museu do Índio, ocupado por indígenas
O impasse entre os ocupantes do antigo imóvel do Museu do Índio, ao lado do estádio do Maracanã, e o governo do Rio de Janeiro continua. Com autorização da Justiça para retirar os índios do local, o secretário estadual de Assistência Social, Zaqueu Teixeira, disse nesta quinta-feira que o governo não vai abrir mão de esvaziar o terreno, e ofereceu três novas áreas onde os indígenas possam se instalar.
Teixeira garantiu que um terreno em Jacarepaguá, onde várias tribos se instalaram durante a conferência Rio+20, em junho do ano passado, será disponibilizado para os índios que estão na área do Maracanã. Outras opções são um espaço à parte no abrigo Cristo Redentor, em Bonsucesso, zona norte do Rio, e uma área ao lado do barracão de obras da Odebrecht, a alguns metros do estádio. "Oferecemos tudo para que isso fosse resolvido. É a última proposta, não tem mais o que ofertar. Nossa parte é buscar a resolução da forma mais pacífica possível", afirmou Teixeira.
O secretário informou que pediu ao defensor público que acompanha o caso para que os índios formassem uma comissão, para avaliar a nova proposta. Segundo Teixeira, até o fim da tarde de hoje, não foi travado qualquer diálogo. "Marcamos às 10h para discutir isso aqui, e até agora, às 17h, não foi enviada uma comissão organizada para conversar", observou Teixeira.
Anteriormente, o governo tinha oferecido vagas para os índios em um hotel no centro do Rio. Outra opção seria o pagamento do benefício de R$ 400, como forma de aluguel social. Os indígenas rejeitaram essas propostas.
Representantes dos índios indicaram que não pretendem aceitar a proposta. Eles não querem que o imóvel seja transformado em um Museu Olímpico, conforme a última proposta do governo estadual. Teixeira ressaltou que não há possibilidade de o projeto do Museu Olímpico ser abortado.
Teixeira não poupou críticas à Fundação Nacional do Índio (Funai), que, segundo ele, jamais participou de qualquer negociação. "A Funai se omitiu o tempo todo, fazendo com que não tivéssemos apoio e acompanhamento necessário nas negociações que temos travado com os índios", comentou.