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Ex-ministro, ex-secretário de Covas e 70 professores da FGV apoiam protesto

17 jun 2013 - 17h20
(atualizado às 17h23)
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Professores da Fundação Getulio Vargas enviaram uma carta aberta a Fernado Grella Vieira, Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, e Benedito Roberto Meira, Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (17), como forma de se manifestarem contra a ação truculenta da polícia nos últimos protestos que aconteceram na capital paulista. O documento foi assinado por 70 professores, entre eles o ex-ministro da Fazenda Bresser Pereira e o ex-secretário de Transportes do Governo de Mário Covas, Michael Zeitlin.

<p>Com faixas, cartazes e apitos, os manifestantes passaram pelas avenidas Presidente Wilson e Padre Manoel da Nóbrega</p>
Com faixas, cartazes e apitos, os manifestantes passaram pelas avenidas Presidente Wilson e Padre Manoel da Nóbrega
Foto: João Domingues / vc repórter

“Nós, abaixo subscritos, declaramos nosso apoio ao direito de manifestação e expressamos nosso repúdio à forma truculenta como a Polícia Militar do Estado de São Paulo agiu contra manifestantes e imprensa no último dia 13 de junho de 2013. Expressamos nossa discordância com uma política de segurança pública que impede a livre manifestação dos cidadãos em espaços públicos da cidade”, começou o documento.

Os professores ainda se posicionaram sobre o fato de que a polícia deveria garantir a segurança dos manifestantes. “Da polícia não se deseja que ocupe as avenidas para que manifestantes não as ocupem, mas sim que ajude a manter a ordem e a segurança de todos os que nas ruas expressam livre e democraticamente suas opiniões”, continuou.

O manifesto também cita que a ação truculenta da polícia não é justificável por conta de “excessos cometidos por uma pequena parte dos manifestantes”. “Entendemos que os excessos cometidos por uma pequena parte dos manifestantes não se constituem em justificativa para o uso indiscriminado e desproporcional da força. Pedimos uma correção de rumos na ação policial em manifestações públicas, a fim de que acontecimentos como esse não mais se repitam, sejam preservadas as liberdades de manifestação e opinião e seja respeitado o trabalho da imprensa. Apenas com liberdade de manifestação e pensamento poderemos construir um Brasil melhor”, finalizou.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento, reiterou "a defesa do direito de ir e vir" da população, mas garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas. No mesmo dia, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

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Fonte: Terra
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