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Ex-ministro diz que MST recebe treinamento militar

1 mar 2009 - 04h10
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Ex-ministro da Reforma Agrária, o deputado pernambucano Raul Jungmann (PPS), histórico adversário político do MST, diz que as mortes do carnaval representam a crônica de conflito anunciado em que a corda rompeu, pela primeira vez, do lado dos seguranças. Ele afirma que o episódio torna público um fato que já tradição entre os sem-terra, o treinamento militar.

"O MST faz treinamento militar e tem grupos armados. Quem duvidar, que experimente entrar no QG do Jaime Amorim, na Fazenda Normadia, em Caruaru. É um verdadeiro bunker. Ele criou um estilo militarista. Nem a polícia entra", acusou o deputado.

"O Jungmann não teve coragem para fazer a reforma agrária e ainda deixou no ministério a herança que hoje atrapalha. A violência nunca interessou ao MST", respondeu Gilmar Mauro, um dos líderes nacionais do movimento. Jungmann diz que, além de generosos repasses de verbas, no governo Lula as superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram loteadas por militantes egressos do MST.

"Não foi entregue formalmente, mas os sem-terra têm o controle cartográfico do Incra", diz Jungmann. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o órgão negam. O ministro Guilherme Cassel, do MDA, garante que os recursos se destinam ao apoio aos programas de plantio e que todos os repasses passam por rigorosa auditoria executada pelos órgãos de controle do governo.

O presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Octávio Alvarenga, também alerta que, se as autoridades não agirem rápido, a crise financeira pode levar mais violência às áreas rurais.

"A instabilidade no campo é resultado da bolha capitalista. Não acredito em violência de grandes proporções, mas não há dúvida de que o caldeirão pode explodir", concluiu Alvarenga.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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