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Cidades

Estudantes fazem protesto no centro de SP contra repressão policial

Grupo formado por cerca de 100 pessoas se reuniu em frente ao Theatro Municipal para discutir situação

19 set 2013 - 19h26
(atualizado às 19h34)
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Manifestantes fazem faixa para protesto nesta quinta-feira, na região central de São Paulo
Manifestantes fazem faixa para protesto nesta quinta-feira, na região central de São Paulo
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Um grupo formado por cerca de 100 pessoas se reuniu na noite desta quinta-feira, em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital paulista, para protestar contra a repressão policial. Em agosto, foi criado um Comitê Estadual contra a Repressão, que pretende promover mobilizações, sempre que se julgue necessário, para atuar na defesa política e jurídica dos presos ou processados por conta de manifestações públicas. O grupo também acompanha a violência policial nas periferias.

Parte representativa do movimento é composta por estudantes de universidades públicas. Membros da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, respondem judicialmente por terem invadido o prédio da reitoria, no fim de 2011. No início deste ano, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou à Justiça denúncia contra 72 estudantes que invadiram e ocuparam o prédio da reitoria naquela ocasião.

Situação semelhante é vivida por estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que em julho também invadiram o prédio da reitoria. Eles são acusados de quebrarem móveis do prédio, mas acusam a Polícia Militar pelo dano durante a reintegração de posse.

Os manifestantes, que se reuniram no Theatro Municipal, pretendiam caminhar até a praça Roosevelt, também no Centro, para a realização de uma plenária para discutir a situação. A Polícia Militar acompanhou a manifestação, sem intervir no movimento.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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