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ES: protesto contra cobrança de pedágio termina com 20 detidos

19 jul 2013 - 18h58
(atualizado às 18h58)
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Pelo menos 20 pessoas foram detidas durante a manifestação contra a cobrança de pedágio entre a cidade de Vila Velha e Vitória, capital do Espírito Santo (ES), nesta sexta-feira. As informações são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Pela manhã, cerca de 300 manifestantes se concentraram em frente à Assembleia Legislativa, de onde seguiram em direção à praça de pedágio, na Terceira Ponte. De acordo com a polícia, algumas cancelas foram quebradas. Em seguida, a manifestação se dirigiu até o Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, e, por volta de 10h, houve confronto com a polícia.

A Polícia Militar (PM) disparou bombas de gás lacrimogêneo e dispersou a manifestação em frente ao Palácio Anchieta. Algumas janelas do prédio foram quebradas. Logo após, o grupo se reuniu e bloqueou as avenidas Jerônimo Monteiro e Getúlio Vargas, no centro de Vitória.

Os manifestantes são contrários à cobrança de pedágio na Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça, que liga as cidades de Vitória e Vila Velha. No início do mês, os manifestantes ocuparam a Assembleia Legislativa por 11 dias, saindo no último sábado. Eles cobravam a votação de um projeto de lei que extinguia o pedágio.

O projeto foi à votação na segunda-feira, mas acabou rejeitado pelos deputados. Foram 16 votos contra a iniciativa, 11 a favor e duas abstenções.

A Justiça do Espírito Santo determinou a redução do valor do pedágio para carros na Terceira Ponte, de R$ 1,90 para R$ 0,80. Os valores para motos e caminhões caíram para R$ 0,40 e R$ 1,60, respectivamente.

Na terça-feira, a OAB-ES e organizações da sociedade civil criaram um fórum permanente que irá acompanhar todas as manifestações, tentar fazer valer a pauta de reivindicações e observar todo e qualquer ato que viole os direitos humanos.

 

Protestos contra tarifas 

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Agência Brasil Agência Brasil
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