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Enchentes em SP causam prejuízo de R$ 762 mi, afirma USP

Estudo pode subsidiar a tomada de decisões do governo para minimizar os efeitos das mudanças climáticas no País

15 mar 2013 - 13h28
(atualizado às 13h30)
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Um estudo realizado pelos professores Eduardo Amaral Haddad e Eliane Teixeira dos Santos, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), informa que cada ponto de alagamento formado na cidade de São Paulo após uma chuva forte provoca um prejuízo diário de mais de R$ 1 milhão ao País. Com 749 pontos de alagamentos identificados na cidade, as perdas anuais no município chegam a quase R$ 336 milhões. Com a propagação dos efeitos pelas longas cadeias de produção e renda, o prejuízo vai a mais de R$ 762 milhões em escala nacional.

Segundo os pesquisadores, o estudo poderá subsidiar a tomada de decisões do governo para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, projeções de estudos mais abrangentes indicam que o número de dias com chuvas fortes deverá crescer até o final do século. Haddad afirmou à Agência Fapesp que as enchentes trazem diversos prejuízos à cidade.

"As enchentes contribuem para reduzir o crescimento da cidade e o bem-estar da população; os alagamentos aumentam os custos das empresas instaladas em São Paulo e prejudicam sua competitividade nos mercados doméstico e internacional; os efeitos não são apenas locais, mas se espraiam por meio de longas cadeias de produção e renda; para avaliar todos os efeitos, é preciso considerar as interações internas e externas ao sistema urbano; e, dado o espraiamento dos efeitos, a busca por soluções requer a coordenação de esforços dos poderes municipal, estadual e federal", disse o pesquisador.

Falta de planejamento

O professor ressalta ainda em seu trabalho que a falta de planejamento é um agravante, que potencializa os prejuízos das enchetes. "A situação é agravada pelas transformações que uma urbanização não planejada ou mal planejada ocasionou no uso da terra, com a ocupação e a impermeabilização das várzeas dos rios, em especial da bacia hidrográfica do Alto Tietê, e a consequente redução da drenagem das águas pluviais durante as chuvas fortes. E pelas 'ilhas de calor', geradas na área metropolitana em decorrência da própria aglomeração urbana, que contribuem para a ocorrência e intensificação dos eventos extremos", salientou.

Segundo o pesquisador, a conclusão central do estudo é a de que "medidas relativas ao planejamento e ao controle do uso da terra precisam ser executadas em paralelo com projetos de engenharia que promovam a drenagem". O trabalho será publicado na revista Habitat International., com o título "Economic Impacts of Natural Disasters in Megacities: The Case of Floods in São Paulo, Brazil (Impactos Econômicos de Desastres Naturais em Megacidades: O Caso das Inundações em São Paulo, Brasil)".

Fonte: Terra
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