Empresa alemã denuncia cartel na licitação do transporte em SP e no DF
Em busca de anistia, a multinacional alemã Siemens delatou às autoridades antitruste brasileiras a existência de um cartel (acordo entre concorrentes para determinar as condições de um negócio), do qual fazia parte, em licitações para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal. O esquema é descrito pelo jornal Folha de S. Paulo deste domingo, que apurou o envolvimento de subsidiárias de multinacionais como a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui, principais candidatas a disputar o megaprojeto federal do trem-bala que ligará Rio e São Paulo.
Segundo o jornal, no início do mês, a Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) realizou, durante a Operação Linha Cruzada, busca e apreensão nas sedes das companhias delatadas. Pelas denúncias, o cartel atuou em ao menos seis licitações, mas ainda não há estimativas dos valores envolvidos. Ao entregar o esquema, a Siemens assinou um acordo de leniência, que pode garantir à companhia e a seus executivos isenção caso o cartel seja confirmado e condenado. As empresas que participaram do esquema estão sujeitas a multa que pode chegar a 20% do faturamento bruto da companhia no ano anterior à abertura de processo.
