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É como se tivesse passado um tsunami, dizem bombeiros de AL

22 jun 2010 - 16h54
(atualizado às 17h43)
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As enchentes dos rios Mundaú e Paraíba, na região Nordeste do País, deixaram diversas cidades inundadas, além milhares de desabrigados e pelo menos 41 mortos em Alagoas e Pernambuco. "É como se tivesse passado um tsunami por essas cidades", disse nesta terça-feira um porta-voz do Corpo de Bombeiros de Alagoas, o Estado mais prejudicado pelos temporais.

Enxurrada destruiu trilhos de trem em Rio Largo (AL)
Enxurrada destruiu trilhos de trem em Rio Largo (AL)
Foto: Gazeta de Alagoas / Divulgação

A tragédia pode ser ainda maior porque as autoridades buscam 607 pessoas consideradas desaparecidas. O número, no entanto, foi qualificado pelos bombeiros como "flexível", porque diferentes pessoas denunciaram o desaparecimento dos mesmos familiares.

As cheias dos dois rios deixaram entre a sexta-feira e o sábado um rastro de destruição em vários municípios de Alagoas, que até agora seguem sem água e energia elétrica, e dependem de doações enviadas pelas autoridades. A água, que ganhou mais força com o rompimento de uma barragem, chegou a atingir até 12 m acima do nível em alguns locais e afetou pelo menos 17 mil casas.

Em União dos Palmares, com 62 mil habitantes, cerca de 9 mil pessoas tiveram que abandonar suas residências e 500 não puderam ser contatadas pelos seus parentes. As enchentes também castigaram cidades como Branquinha, Santana do Mundaú, Atalaia, Paulo Jacinto, Jacuípe e Murici.

Em Alagoas, o número de mortos é de pelo menos 29, o de desaparecidos é de 607 e o de pessoas que perderam seus lares é de 73.828, segundo o último boletim da Defesa Civil. Em Pernambuco, o número de vítimas é de 12 e o de desalojados é de mais de 42 mil.

Enquanto 15 dos 26 municípios afetados pelas chuvas em Alagoas declararam estado de calamidade pública, em Pernambuco, com 54 municípios afetados, nove declararam calamidade pública e 30, estado de emergência.

A Defesa Civil disse que até agora foram distribuídas 243 mil t de donativos, principalmente alimentos, remédios e roupas. As Forças Armadas, que ajudam desde o fim de semana nos trabalhos de resgate com vários helicópteros, montaram dois hospitais de campanha na região.

O governo federal anunciou hoje que liberou R$ 100 milhões para atender às cidades afetadas e que a metade dos recursos será enviada ainda esta semana. A ajuda foi definida pelos ministros membros do chamado gabinete de crise reunidos em Brasília a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está no Pará.

Os serviços de meteorologia preveem que, depois da pausa das chuvas no domingo e na segunda-feira, novos temporais ocorrerão a partir desta terça-feira, e não há previsão de trégua.

EFE   
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