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Dilma: ocupação em área de risco é regra, e não exceção

13 jan 2011 - 16h52
(atualizado às 23h19)
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A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou, nesta quarta-feira, após visitar a região devastada pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro, que é preciso garantir que a reconstrução das cidades atingidas seja feita junto com a prevenção de novos desastres. Segundo a presidente, a ocupação de moradias em áreas de risco, propensas a desabamentos, "é a regra, e não a exceção" no Brasil.

Para Cabral, populismo favoreceu ocupação de áreas de risco:

"Nós temos que garantir que a reconstrução seja um momento também de prevenção", disse durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro. "(Devemos) fazer da forma menos burocrática e mais rápida possível para a população brasileira".

"A moradia em zona de risco é regra e não exceção", disse. "Não há como revolver o problema se não oferecer alternativas. A política habitacional que nós fizemos foca em quem precisa mais".

Segundo ela, a prevenção não é uma questão a ser tratada apenas pela Defesa Civil, mas também pelo governo, inclusive no setor de saneamento. "Quando você não tem uma política habitacional, pessoas de baixa renda não têm onde morar. Essa é uma questão que nós jamais achamos um problema (apenas) do Estado ou do município".

Dilma disse ainda que o investimento com prevenção precisa ser feito porque houve um "profundo desleixo com a população de baixa renda", que se viu obrigada a morar em zonas de risco, propensas a desabamentos. Nesse ponto, a presidente citou o pragrama habitacional "Minha Casa, Minha Vida", de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.

A presidente disse que é "um momento muito dramático" no Rio de Janeiro, de "cenas muito fortes". Segundo ela, deve haver uma cooperação muito grande entre o governo estadual e federal para resgatar as vítimas e reestruturar as regiões atingidas. "Estamos colocando toda a estrutura do governo federal à disposição do governador", afirmou.

Dilma afirmou que, em tese, não é papel das Forças Armadas participar da construção de áreas destruídas, mas que, se necessário, não haverá nenhum obstáculo para isso.

A presidente manifestou ainda solidariedade "integral" a quem teve familiares mortos por decorrência de deslizamentos e enxurradas e disse entender que "é de fato uma dor muito grande".

Visita a zonas atingidas

Após sobrevoar de helicóptero a região serrana do Rio de Janeiro, castigada pela forte chuva na madrugada de terça para quarta-feira, a presidente desceu no campo de futebol do Friburguense e, acompanhada de seis ministros e do governador do Rio, Sérgio Cabral, visitou a Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo. A praça continua coberta de lama e lixo trazidos pela enxurrada.

Em seguida, a presidente, que usava galochas, foi à rua Luis Spinelli e conversou com moradores. Foi nessa rua que um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado na manhã de quarta. Quatro bombeiros morreram e três foram resgatados com vida. Ainda de acordo com a assessoria do Planalto, em resposta a perguntas sobre como seria a ajuda aos municípios, Dilma afirmou: "vamos realizar ações de governo firmes".

As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 497 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca 300 mm em 24 horas na região - em Nova Friburgo, cidade mais afetada, o valor esperado para o mês de janeiro é de 209 mm.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Redação Terra
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