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DF: Congresso bloqueia estacionamento antes de novos protestos

20 jun 2013 - 11h05
(atualizado às 11h07)
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As vias de acesso ao Congresso Nacional onde, diariamente, os funcionários estacionam os carros, amanheceram impedidas por cones. O objetivo é evitar que os veículos fiquem parados no local, ao longo do dia em que a Esplanada dos Ministérios volta a receber manifestantes. Está previsto o terceiro grande protesto no centro da capital nesta quinta-feira.

O chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, explicou que a restrição do estacionamento é uma medida preventiva. "Nossa preocupação é evitar atos de vandalismo nos veículos e impedir que o patrimônio das pessoas que trabalham aqui seja violado", disse.

Assessores da presidência do Senado disseram que não há qualquer comunicado oficial que oriente uma rotina diferente da normal. De acordo com a segurança da Casa, o Congresso manterá o funcionalmente normal e a polícia pode apenas precisar cerrar as portas caso os manifestantes tentem novamente invadir o prédio, como ocorreu na última segunda-feira.

O protesto em frente ao Congresso Nacional está previsto para a tarde de hoje. Os manifestantes pedem a redução do preço das passagens de ônibus, criticam os custos da Copa do Mundo e pedem a rejeição da proposta de emenda à Constituição que limita o poder de investigação do Ministério Público, a PEC 37.

Ao longo da semana, alguns parlamentares defenderam o adiamento da votação da PEC 37 para o segundo semestre. Deputados e senadores manifestaram apoio às manifestações, mas criticaram os atos de violência praticados por alguns grupos de manifestantes. Senadores como Paulo Paim (PT-RS), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e Eduardo Suplicy (PT-SP) reconheceram que o Poder Público precisa ouvir com mais atenção as reivindicações da população.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que os protestos são legítimos e avaliou que a mensagem mais importante que as manifestações deixam para as autoridades é a da humildade.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

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O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

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Agência Brasil Agência Brasil
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