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Grupo diz que só deixa plenário após reunião com presidente de Câmara

Com faixas na porta de entrada da Câmara Municipal, manifestantes montaram check-in e barraram imprensa e partidos políticos

15 jul 2013 - 08h54
(atualizado às 10h43)
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Com faixas na porta de entrada da Câmara, manifestantes montaram check-in e barraram imprensa e partidos políticos
Com faixas na porta de entrada da Câmara, manifestantes montaram check-in e barraram imprensa e partidos políticos
Foto: Daniel Fávero / Terra

Ocupando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS) desde a última quarta-feira, dia 10 de julho, manifestantes ligados ao Bloco de Luta pelo Transporte Público definiram nesta manhã que só saem do plenário de votações após uma nova reunião com o presidente do Legislativo municipal, Thiago Duarte (PDT). O grupo quer apresentar propostas para um projeto de lei, cujo conteúdo não foi divulgado.

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No sábado, a Justiça determinou a reintegração de posse a partir das 6h desta segunda-feira. O dia começou com a indefinição dos manifestantes: um grupo defendia a desocupação após a chegada do oficial de Justiça, outro queria ficar na Câmara e uma parte desejava sair antes. De acordo com o Comando de Policiamento Metropolitano, a Brigada Militar (PM gaúcha) aguarda resposta do Tribunal de Justiça para ir ao local, e os oficiais de Justiça vão entregar a ordem de despejo com apoio policial.

Alguns funcionários foram barrados quando chegavam para trabalhar na manhã de hoje, e apenas os servidores da área administrativa eram liberados pelos manifestantes. Com faixas na porta de entrada do edifício, eles montaram uma espécie de check-in, proibindo a entrada da imprensa e de pessoas ligadas a partidos políticos. O presidente da Câmara, Thiago Duarte, cumpre agenda na Assembleia Legislativa.

Um novo acordo para desocupação foi feito no sábado, no qual a Câmara se comprometeu a colocar na pauta de votações a transparência nas planilhas do transporte público, o passe livre (atribuição que cabe ao Executivo) e a abertura de conta dos empresários (decisão que passa pela Justiça). As três propostas seriam votadas caso a desocupação ocorresse até domingo, mas como isso não aconteceu, o acordo ficou suspenso.

"Exigimos do governo Tarso Genro e do secretário de segurança pública garantias de que não haja nenhum tipo de intervenção da Brigada Militar no processo iminente de reintegração de posse, diante de uma ocupação que se mostrou pacífica e zelosa com o patrimônio da casa", afirmou o movimento no sábado. 

Segundo o Bloco de Lutas, o encerramento da ocupação já estava previsto para acontecer hoje pela manhã, após a promoção no fim de semana de um "seminário aberto à população, com debates e aulas públicas relacionados à questão do transporte público". "Ainda assim, vimos todo o nosso esforço de negociação ser rompido de forma unilateral e incompetente pela presidência da Câmara, que protocolou um pedido de reintegração de posse", criticou o grupo, que afirmou que 75% da propostas apresentadas pelos vereadores foram aprovadas por assembleia geral dos manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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