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Desencalhe de baleia no RS é o 1º bem sucedido em 10 anos

24 ago 2010 - 23h24
(atualizado às 23h49)
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De acordo com coordenador de pesquisas do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, a operação organizada para desencalhar o mamífero, na praia de Capão Novo, no litoral do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, foi a primeira bem sucedida com animais desse porte em 10 anos.

Mergulhador sobe em baleia durante os trabalhos
Mergulhador sobe em baleia durante os trabalhos
Foto: Marcelo Nitschke/Prefeitura de Xangri-lá / Divulgação

A operação de desencalhe foi coordenada pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar gaúcha. Por volta das 16h30, a baleia que estava encalhada desde domingo, foi rebocada por 200 m por um navio da Petrobras.

De acordo com Marcondes, o último registro de desencalhe de um animal desse tamanho, ocorreu em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, em 2000. "Esse tipo de operação, para desencalhar animal de 11 m, com cerca de 20 t de peso, requer uma logística muito grande, condições propícias e um pouco de sorte", disse o veterinário.

"Nesse caso o sucesso se deve também ao fato do animal ter encalhado com boa parte do corpo dentro d'água, além da temperatura local não estar muito elevada. Se fosse no Nordeste do País, por exemplo, é possível que ele não tivesse sobrevivido", afirmou.

Ele diz, no entanto, que já houve sucesso em operações semelhantes, mas com filhotes. "Nesses casos, para sobreviver, os filhotes devem encontrar as mães, porque senão acabam morrendo no mar atacados por predadores com tubarões".

De acordo com eles, a maioria dos encalhes registrados no Brasil são de carcaças de animas mortos por causas naturais, atropelados por barcos ou presos em redes de pesca, que são levado às praias pela correnteza. "O encalhe de animais vivos é considerado um fenômeno mais raro. Nesse caso do Rio Grande do Sul, pode ser que o animal estivesse doente ou desorientado", disse.

A baleia jubarte é uma espécie considerada vulnerável no Brasil, ou seja, que pode sofrer extinção a longo prazo. Segundo o coordenador do instituto, os casos de encalhe no País tiveram um aumento significativo, em relação ao ano passado. De acordo com ele, o mesmo fenômeno é observado na Austrália. "No ano passado, no Brasil, ocorreram 30 encalhes, e só em 2010, esse número está em 35", disse.

"Esses animais viajam para a costa do Brasil no inverno para se reproduzirem, e voltam para águas polares para se alimentarem. Mas, o animal que encalhou no Sul, tinha entre 2 ou 3 anos de idade, não estava em idade de reprodução", disse o veterinário. Para ele, fatores climáticos, humanos ou naturais podem ser as causas.

Fonte: Redação Terra
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