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No subsolo, 15º corpo é resgatado sob escombros no Rio

27 jan 2012 - 08h40
(atualizado às 21h41)
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Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

A 15ª vítima fatal do desabamento de três prédios no centro histórico do Rio de Janeiro foi encontrada por volta das 21h desta sexta-feira no subsolo do edifício de 20 andares, espaço até então desconhecido pelos resgatistas. Pouco mais de uma hora antes, o 14º corpo havia sido encontrado no mesmo local. O Secretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, confirmou mais cedo a retirada dos escombros da 13ª vítima. Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros, o corpo estava bastante avariado e acabou levado junto a entulhos para o depósito municipal, onde foi identificado por funcionários da Comlurb. O cadáver seria de uma mulher, a sexta a ser encontrada sem vida no local.

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Perguntado se considerava um erro o fato de uma vítima ter sido levada por engano para o depósito, Simões respondeu que não, embora não descarte novos casos. No fim da tarde começou a chover muito forte no centro da capital fluminense. "Só vamos parar a operação quando todo o entulho tiver sido retirado", garantiu Simões, segundo o qual os integrantes de um grupo que passava por treinamento em uma sala de aula têm sido encontrados perto de onde ficava uma escada, o que indicaria que eles tiveram um tempo de reação antes de o edifício cair.

Os bombeiros estão trabalhando em turnos de 12 horas e, segundo a Defesa Civil, nenhum trabalhador sofreu ferimentos durante o resgate. Pedaços do prédio de 20 andares ainda estão deitados sobre o edifício ao lado, e os militares são cautelosos para que não ocorra um novo desabamento.

Não há previsão de término dos trabalhos. Segundo Simões, todos os prédios do entorno foram vistoriados e não sofreram danos estruturais, mas permanecerão interditados até o fim das operações.

Mais cedo, o Corpo de Bombeiros havia confirmado a localização de seis vítimas, três pela manhã e outros três à tarde. Nesta manhã, foi sepultado no Cemitério do Marauí, em Niterói (RJ), o corpo de Celso Renato Braga Cabral, 44 anos, uma das vítimas fatais. Segundo a Polícia Civil, além de Celso, também foi identificado Cornélio Ribeiro Lopes, 73 anos. Parentes também identificaram o corpo de Margarida Vieira de Carvalho, Nilson de Assunção Ferreira e Alessandra Alves Lima. Os outros corpos ainda não foram identificados.

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo o Corpo de Bombeiros, 15 pessoas morreram no acidente. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite da tragédia na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. O governo do Estado decretou luto. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Com informações do JB Online

Veja a localização do desabamento:

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Fonte: Terra
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