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Defesa: há muitos soterrados em Friburgo e chances são mínimas

13 jan 2011 - 21h26
(atualizado às 23h17)
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O número de mortos em Nova Friburgo devido ao temporal desta semana na região serrana do Rio de Janeiro deve aumentar, uma vez que ainda há pessoas soterradas e são mínimas as chances de encontrar sobreviventes, segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Roberto Robadey. A cidade é uma das mais castigadas pelas chuvas, que começaram a cair na noite de terça-feira e já mataram ao menos 480 pessoas na região. Apenas em Nova Friburgo, mais de 200 pessoas morreram.

Dilma sobrevoa área devastada pela chuva no Rio:

"Já são duzentos mortos e esse total vai crescer mais, infelizmente", disse Robadey nesta quinta-feira. "A esperança de encontrar sobreviventes é muito pequena", afirmou.

O coordenador da Defesa Civil afirmou que o cenário é de guerra e há muita lama, água e lodo espalhados pela região. "Essa é a maior tragédia da história da cidade", afirmou, ao lembrar a última grande tragédia do município, ocorrida em 1979, quando 69 pessoas morreram.

A presidente Dilma Rousseff visitou Nova Friburgo nesta quinta-feira e conversou com moradores e autoridades locais. Segundo ela, "a reconstrução da cidade vai levar muito tempo". Cálculos preliminares sinalizam que a recuperação de Friburgo vai custar mais de R$ 600 milhões, de acordo com a prefeitura.

Os estragos causados pelas chuvas ainda estão sendo contabilizados. Além de casas e prédios, a água da chuva destruiu pontes e estradas. Há pelo menos 3 estradas bloqueadas, segundo Robadey. "Começamos a fazer as contas e a demanda será maior que a de Teresópolis", disse, ao ser informado que a prefeitura da cidade vizinha calcula que vai precisar de, no mínimo, R$ 590 milhões.

Apesar dos transtornos, Nova Friburgo começa aos poucos a reagir ao caos provocado pelo temporal, já que os serviços de luz, telefonia e água começaram a ser restabelecidos. "Estamos saindo do fundo do poço, mas ainda há áreas de difícil acesso. Os corpos lá soterrados já viraram uma questão de saúde pública e precisam ser removidos logo", disse.

A cidade já conta com sete helicópteros de resgate cedidos pelo Corpo de Bombeiros estadual, Petrobras, Polícia Militar, Marinha e Exército. O coordenador solicitou às Forças Armadas mais quatro aeronaves. "São equipamentos fundamentais para não só agilizar o transporte dos corpos, mas também de água e mantimentos necessários para os desabrigados e desalojados", disse.

As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 497 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca 300 mm em 24 horas na região - em Nova Friburgo, cidade mais afetada, o valor esperado para o mês de janeiro é de 209 mm.

Veja onde foram registradas as mortes:

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