PUBLICIDADE

Cidades

Defesa do AM registra mais de 184 mil atingidos por cheias

16 abr 2009 - 19h45
(atualizado às 19h50)
Compartilhar

Arnoldo Santos

Direto de Manaus

A Defesa Civil do Amazonas contabilizou mais de 184 mil pessoas atingidas de alguma maneira pelas chuvas das últimas semanas no Estado. Muitas tiveram que deixar suas residências e se abrigar em locais públicos ou casas de parentes e amigos. Pelos dados colhidos no Interior, a cheia chegou a 31 cidades de um total de 62, incluindo a capital, Manaus.

Cheia obrigou amazonenses a deixarem suas casas
Cheia obrigou amazonenses a deixarem suas casas
Foto: Defesa Civil AM / Divulgação

Entre os municípios mais afetados pelas enchentes estão Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga, Boca do Acre, Itamarati, Barreirinha, Borba, Canutama, Coari, Eirunepé, Fonte Boa, Guajará, Ipixuna, , Itacoatiara, Jutaí, Manaquiri, Nova Olinda do Norte, Pauiní, Presidente Figueiredo, e Tonantins.

A Ação Emergencial Integrada, em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, arrecadou 13 mil cestas básicas, 1,9 mil cobertores, 1,9 colchões e 2,8 mil mosquiteiros, que devem ser distribuídos às 33,9 mil famílias que sofreram perdas com as chuvas. Além do material, o governo do Estado vai doar R$ 300 para cada família cadastrada como vítima da enchente. "Todos os dados estão sendo planificados e a ajuda será individual. Cada família será beneficiada. Na logística de atendimento, vamos contar com a colaboração das Forças Armadas. Vamos orientar e repassar competência de cada um, haja vista que esse planejamento foi realizado a alguns anos atrás", disse o secretário de Defesa Civil do Amazonas, Roberto Rocha.

Na última quarta-feira, o governador Eduardo Braga decretou situação de emergência em todo o território estadual, mas a situação, segundo a Defesa Civil, é considerada controlável. "O governador resolveu decretar estado de emergência em todo o Estado para que a gente possa ter uma mobilização mais concreta e mais fácil envolvendo os parceiros: as Forças Armadas, Policia Militar, envolvendo todos os municípios", disse o secretário de Governo, José Melo, que também coordena o Grupo de Ação Integrada.

Segundo o engenheiro hidrológico Daniel Oliveira, do Serviço Geológico do Brasil, responsável pelo monitoramento dos níveis dos rios no Estado, o mais atingido pela cheia foi o rio Juruá, que chegou a 26,53 m. O nível ficou apenas 4 cm abaixo da maior cheia já registrada na área, em 1999. Segundo Oliveira, o rio Madeira, um dos principais afluentes do Solimões, não apresentou problemas, mas em alguns municípios próximos há cheia. "Isso acontece porque quando chega próximo do rio Solimões, o rio Madeira fica represado e acaba elevando o nível da água dos municípios mais abaixo", disse o engenheiro. A região é uma das que mais apresentaram problemas de alagamentos.

O período de chuvas no Amazonas deve ir até o final de maio. Até lá, a cheia deve causar mais prejuízos nas regiões que seguem as calhas dos rios, como a região de Manaus, situada na foz do rio Negro. O alerta de cheia, divulgado oficialmente pelo Serviço Geológico do Brasil no dia 30 de março, previu a segunda maior enchente dos últimos 100 anos para a região. "Hoje, o nível do rio Negro está 21 cm acima da cota registrada nesta mesma data em 1953, quando foi registrada a maior cheia em Manaus", disse Daniel Oliveira. Um novo alerta deve ser divulgado no dia 30 de abril.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade