PUBLICIDADE

Cidades

Cubatão: com 473 desabrigados, secretário critica ação de 'oportunistas'

Diretor faz apelo por doações a desabrigados e pede fim de "oportunistas"

25 fev 2013 - 15h39
(atualizado às 17h53)
Compartilhar
Exibir comentários
Além das pessoas que perderam a moradia, mais de 1,5 mil estão recebendo assistência, como doações e atendimento psicológico, por terem sido impactadas de alguma forma pelo temporal
Além das pessoas que perderam a moradia, mais de 1,5 mil estão recebendo assistência, como doações e atendimento psicológico, por terem sido impactadas de alguma forma pelo temporal
Foto: Carlos Felipe / Futura Press

O diretor de proteção social de Cubatão (SP), Mohamad Abdul Rahim, fez um apelo para a doação de "gêneros alimentícios" para as 473 pessoas desabrigadas em decorrência da forte chuva que atingiu a Baixada Santista na última sexta-feira. Mohamad ainda pediu pelo fim dos "oportunistas" que sequer perderam as suas casas pelas enchentes e tentam se valer dos benefícios nos quatro abrigos improvisados na cidade.

"Não precisamos mais de vestimentas e calçados, recebemos isso em quantidades grandes. Necessitamos de doações de água e gêneros alimentícios para formarmos cestas básicas. Produtos de higiene pessoal e limpeza também ajudam, além dos colchões", afirmou. "O que tem nos preocupado são as pessoas que moram em locais que sequer foram afetados. Tem aparecido muitos oportunistas que, a princípio, pela demanda não conseguimos filtrar", completou.

 A prefeitura de Cubatão já suspendeu preventivamente até terça-feira as aulas nas escolas da cidade pelos problemas. Para esta segunda, uma reunião técnica entre o governo do Estado e a prefeitura local definirá novos rumos aos desabrigados. Um auxílio-moradia em torno de R$ 400 já é certo para as famílias mais afetas. A prefeitura também garante que intensificou o cadastro para programas habitacionais para atendê-las em um curto prazo.

Além das pessoas que perderam a moradia, mais de 1,5 mil estão recebendo assistência, como doações e atendimento psicológico, por terem sido impactadas de alguma forma pelo temporal. De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Cubatão (Comdec), até as 20h18 de domingo, o nível acumulado de chuva chegava a 2,2 milímetros nas últimas 24 horas e a 203,8 milímetros nas últimas 84 horas.

Segundo o último relatório da Defesa Civil, foram registradas 39 ocorrências no município, entre deslizamentos de terra e casas que tiveram paredes e teto destruídos. O órgão informou ainda que o bairro Água Fria foi o que sofreu as piores consequências. O rio Pilões, que corta o bairro, transbordou e destruiu diversas casas. O nível da água nas casas atingiu cerca de dois metros de altura. Uma parte da ponte Preta, que liga o bairro dos Pilões a Água Fria, desabou.

As chuvas fortes da última sexta-feira também provocaram deslizamento de terra na rodovia dos Imigrantes, que liga a capital à Baixada Santista. A queda de barreira matou uma pessoa e atingiu 24 veículos na tarde da última sexta-feira. A via ficou bloqueada por mais de 30 horas, sendo liberada à meia-noite de domingo. Em nota, o governo de São Paulo disse que os deslizamentos e alagamentos que afetaram o Sistema Anchieta-Imigrantes foram causados por um volume de chuva três vezes superior à média.

Invasores

O secretário de habitação de Cubatão, Ricardo Cretella, também classificou como oportunistas parte dos moradores que ocupam ilegalmente um conjunto habitacional e promete a desocupação dos apartamentos até quarta-feira.

"No conjunto, 173 unidades foram invadidas. Ainda tem tantas outras na Serra do Mar. A prefeitura busca um ofício de reintegração de posse, já que esses lugares vão para famílias pré-cadastradas, e até quarta eles terão que sair. Apareceram muitos oportunistas que nem são de regiões afetadas", afirmou.

No local, desde domingo não há mais água nas unidades segundo relatos de pessoas que ocuparam os apartamentos. Os prejuízos pelos arrombamentos ainda não foram calculados.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade