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Corpo de estudante chega da Europa após 47 dias

18 set 2014 - 06h54
(atualizado às 09h20)
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<p><span style="color: rgb(51, 51, 44); font-family: OpenSans, sans-serif; font-size: 14px; font-weight: 600; line-height: 19.6000003814697px; text-align: right;">Matheus Henrique Marioto estava morando e trabalhando em Aachen, na Alemanha</span></p>
Matheus Henrique Marioto estava morando e trabalhando em Aachen, na Alemanha
Foto: Facebook/ Reprodução

Quarenta e sete dias após a morte de seu filho, Luiza Sandra Bastos Vidal vai poder velar e enterrar o corpo do estudante Matheus Henrique Marioto, 23 anos, que morreu enquanto nadava no rio Limmat, em Zurique, na Suíça, durante a festa de música eletrônica Street Parade, em 2 de agosto. 

O corpo do estudante, que chega ao Brasil nesta quinta-feira será velado e enterrado em São José do Rio Preto, onde ele fazia mestrado em Ciências da Computação no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“Sofri muito, perder um filho não é nada fácil. Felizmente, recebi muita ajuda, principalmente da Unesp e dos amigos do meu filho, que nos ajudaram demais. Sem eles, as coisas talvez não fossem deste jeito”, comentou. Para agradecê-los, Luiza, cuja família é de Assis (SP), decidiu velar e enterrar o corpo de Matheus em Rio Preto. O velório será nesta quinta-feira e o sepultamento na sexta, no cemitério Jardim da Paz.

Mas as coisas não foram fáceis para trazer o corpo do filho. Luiza ficou sabendo do desaparecimento de Matheus no domingo, 3 de agosto, por um amigo de trabalho do jovem, que lhe telefonou perguntando sobre o filho. Matheus morava e trabalhava em Aachen, na Alemanha, e tinha viajado com um grupo de amigos para participar do festival. “Estava esperando a ligação dele, pois no final de semana anterior ele tinha telefonado dizendo que aproveitaria o festival para conhecer a Suíça, pois tinha o sonho de conhecer todos os países da Europa. Estava esperando a ligação do meu filho, mas não foi ele quem ligou”.

O corpo só foi localizado em 8 de agosto e identificado três dias depois, 11 de agosto. Durante este período, foi difícil para Luiza aceitar qualquer acidente com o filho. Primeiro esperava que Matheus estivesse perdido, depois sem memória, depois que o corpo não fosse dele. Acreditou, até o último momento, que Matheus estivesse vivo. 

No entanto, segundo ela, outro sofrimento estaria por vir. E não seria a falta de dinheiro para pagar o translado - Matheus tinha cancelado o seguro e a família não tinha recursos para trazer o corpo. “Sem dúvida, o pior de tudo foi enfrentar a burocracia, a ansiedade aumenta e vai tirando nossa força aos poucos, nos fazendo sofrer”.

Amigos de Matheus se reuniram e promoveram uma campanha pelas redes sociais para arrecadar recursos necessários para ajudar a família. “Em três dias (de 13 a 16 de agosto) eles arrecadaram os R$ 27 mil que precisávamos para pagar o translado”, contou. “Quando vi isso, tive a certeza de que meu filho era muito querido”.

Luiza então precisou viajar para a Alemanha para pegar o passaporte de Matheus e entregá-lo às autoridades suíças, que naquele momento ameaçavam não liberar o corpo sem o documento, com o consulado brasileiro dizendo que nada poderia fazer. Na Alemanha, Luiza aproveitou para recolher objetos pessoais do filho e conhecer o apartamento onde ele morava. “Foi uma maneira que encontrei de me despedir dele”.

De volta ao Brasil, três dias depois, Luiza ainda voltaria a se deparar com mais burocracia. As tentativas de liberação do dinheiro e da transferência dos recursos para um banco suíço e depois para a empresa que faria o translado demorariam muito mais que os dez dias prometidos.

“Os bancos não se entendiam, houve erros na transferência e só agora eles conseguiram a liberação. Por isso, é que a burocracia foi o obstáculo mais difícil que enfrentei nesta batalha”, comentou. “Finalmente, tudo terminou bem, graças à Unesp, aos professores e aos amigos do meu filho”.

Fonte: Terra
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