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Comércio do RJ estima em R$ 170 milhões prejuízo com chuvas

7 abr 2010 - 04h35
(atualizado em 8/4/2010 às 11h21)
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A tragédia que abalou o Rio trouxe uma enxurrada de prejuízos e paralisações. O comércio estima em R$ 170 milhões a perda de faturamento devido ao fraco movimento. Cerca de 30 mil moradores da cidade estão sem luz, problema sem previsão de solução por causa do alagamento de galerias subterrâneas e acúmulo de detritos. Alunos de creches e escolas das redes pública e particular terão mais um dia de feriado forçado hoje. A medida afeta 2,1 milhões de estudantes da Região Metropolitana.

As contas que venceram terça-feira vão receber a incidência de juros, mesmo com as dificuldades para chegar a uma agência bancária por causa das enchentes no Rio, segundo nota divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade declarou que os consumidores cariocas têm à disposição os canais de atendimento remoto (telefone e internet) para quitar seus débitos em dia, ainda que os problemas de luz e telefone na cidade tenham atrapalhado. A Prefeitura do Rio informou que o prefeito Eduardo Paes vai publicar decreto para prorrogar em um dia o prazo de pagamento para a terceira cota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

"Somente em caso de decretação de calamidade pública é que os bancos poderão receber contas atrasadas sem cobrar os juros de mora estabelecidos pelas empresas que emitiram os títulos e boletos de cobrança", diz a nota da Febraban.

A entidade citou também os serviços de correspondentes bancários em casas lotéricas, supermercados, papelarias e outros estabelecimentos. Contudo, o comércio terça-feira estava de portas fechadas no Rio. Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as perdas do varejo devem passar de 20% do faturamento apenas com as chuvas de terça-feira no estado. Já o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDL-Rio), Aldo Gonçalves, o estima prejuízo de 90%, o que corresponde a R$ 170 milhões. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, explica que só será possível avaliar as perdas na produção após 48 horas sem chuvas.

"O prejuízo pode ser maior se combinado a problemas como falta de luz, que atingiu alguns bairros", ressalta Freitas.

Trabalhando com apenas 60% dos trabalhadores (aqueles que conseguiram chegar ao local de trabalho) a Light registrou falta de luz em 13 bairros do município. Já em Niterói, a Ampla registrou interrupção de energia em sete bairros. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) declarou não ter recebido reclamações, apesar de vários cabos terem ficado debaixo d'água.

Produtos e equipamentos quebrados podem elevar o prejuízo dos empresários, segundo o economista da CNC. Se a chuva diminuir quarta-feira, até o final de semana será possível avaliar o impacto, diz Freitas.

A Fecomércio-RJ recomendou em nota que empresários abonem a falta de terça-feira de seus funcionários priorizando a segurança, devido ao caos gerado pelas fortes chuva no estado. "Conforme solicitado pelas autoridades municipais e estaduais, a medida recomenda que os comerciários permaneçam em casa evitando deslocamentos e preservando seu bem-estar", diz o comunicado.

As chuvas também causaram atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos. Segundo a Infraero, dos 1.549 voos programados até as 17 horas, um terço (501 partidas) decolou com atraso. Outros 159 voos tiveram que ser cancelados. Durante todo o dia, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pediu que os passageiros só viessem para o Rio se tivessem compromissos inadiáveis. As companhias aéreas remarcaram as passagens sem cobrança de multa e reembolsaram aqueles que preferiram cancelar a viagem.

Estragos e mortes
A chuva que castigou o Rio de Janeiro entre os dias 5 e 6 de abril deixou pelo menos 102 mortos, mais de 100 feridos, alagou ruas, causou deslizamentos e destruição no Estado. O Serviço de Meteorologia do Rio registrou no período o maior índice pluviométrico da cidade desde que começou a medição, há mais de 40 anos: 288 mm.

Com informações do JB Online.

Fonte: O Dia
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