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Com 2 atos simultâneos, manifestantes 'sem partido' erram de protesto em SC

25 jun 2013 - 19h35
(atualizado às 21h32)
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O manifesto, organizado pelo Movimento do Passe Livre (MPL) na capital catarinense, reúne em sua maioria estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrantes de partidos políticos de esquerda
O manifesto, organizado pelo Movimento do Passe Livre (MPL) na capital catarinense, reúne em sua maioria estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrantes de partidos políticos de esquerda
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra

Dois protestos agendados por grupos diferentes acabaram gerando confusão para jovens na noite desta terça-feira em Florianópolis.

Um protesto foi organizado pelo Movimento Passe Livre e apoiado por militantes de partidos como PT, PCdoB, PSTU e PDT. Outro, o dos chamados “sem partido”, acabou sendo pelas redes sociais e divulgado pelo grupo auto-denominado Anonymous.

Os militantes políticos realizaram o ato diante da Catedral Metropolitana e em seguida foram ao Terminal Central (Ticen) pedir pela gratuidade da tarifa. O movimento, que reuniu mais de três mil pessoas, acabou seguindo pela Via Expressa Sul e fechando o túnel Antonieta de Barros, ganhando o apoio dos “sem partido”. Muitos dos jovens só foram perceber que estavam na passeata “errada” horas depois. 

“Fui puxar o côro “sem partido” e me chamaram a atenção. Só aí que eu vi que estava na passeata do pessoal do Movimento Passe Livre, que é todo do governo federal”, reclamou o estudante de Administração Leonardo Schardiek, 22 anos. “Esperei pela passeata convocada pela internet”.

A estudante Camila Machado, 23 anos, integrou a linha de frente do protesto, carregou faixas, mas só percebeu que estava no movimento que “combatia” quando estava no meio do túnel Antonieta de Barros. “Eu e minhas colegas não queremos nada com a UNE (União Nacional dos Estudantes). Só fui ver quando o pessoal da UNE ficou com megafone diante de nós”, afirmou. “Perguntamos e vimos que estávamos na manifestação do Movimento Passe Livre”.

Um dos integrantes do movimento de esquerda, Gabriel Batiston Sulino, 28 anos, tratou de ironizar os “equivocados”. “Pessoal se equivocou. Isso que dá “coxinha” da classe média querer participar de protesto”.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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