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Ciclistas fazem manifestação em apoio às ciclovias em SP

No mesmo momento em que o protesto acontecia, o TJ-SP determinou a retomada das obras das ciclovias

27 mar 2015 - 21h54
(atualizado às 21h54)
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<p>Cerca de 350 pessoas participam do protesto</p>
Cerca de 350 pessoas participam do protesto
Foto: Leonardo Benassatto / Futura Press

Um grupo de ciclistas protesta em apoio à construção de ciclovias na capital paulista. Segundo a Polícia Militar (PM), a manifestação, iniciada no fim da tarde desta sexta-feira (27), reunia 350 pessoas às 20 horas. Os ciclistas tomaram o entorno da praça da Rua da Consolação até a Bela Cintra, na região da Avenida Paulista. Por volta de 20h30, saíram pedalando pela Paulista, sentido Paraíso.

No mesmo momento em que o protesto acontecia, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a suspenção da medida que paralisava as obras de implementação das faixas exclusivas para bicicletas na cidade, motivo do protesto. As obras estavam interrompidas desde o dia 19 de março, por causa de uma decisão judicial, a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

O representante do CicloZN, coletivo composto por ciclistas, Odir Züge Junior, explicou que toda última sexta-feira do mês um grupo se reúne para percorrer as ruas da cidade de bicicleta. O evento é conhecido como "Massa Crítica" e ocorre em diversas cidades do mundo.

Motivado pela discussão na Justiça sobre a continuidade da construção das ciclovias, o protesto de hoje é para mostrar ao Poder Público e à justiça que há demanda e que muita gente seria beneficiada pelas obras. 

“A bicicleta é revolucionária e inclusiva para a atual situação da cultura do paulistano, que é um povo agorafóbico (medo de estar sozinho em grandes espaços abertos ou públicos), com medo da rua, que só se sente confortável dentro de um carro blindado, no elevador, na vaga, na rua. Ele não conhece o que é a rua”, esclareceu a militante da causa Renata Falzoni.

Ela informou que usa a bicicleta como meio de transporte há 40 anos, desde que doou seu carro, aos 23 anos. Segundo Renata, o País está muito atrasado nas soluções e políticas públicas relacionadas ao assunto.

“Imagine se cor (da ciclovia) me afeta, se rachadura ou um poste no meio do caminho me afeta. São coisas pontuais. O que me afeta é a falta de uma política pública, de conectividade das ciclovias. O que me afeta é (a falta de) uma campanha de educação de trânsito. Isto me afeta”, acrescentou.

Ciclistas de pelo menos 20 localidades do País, que também participam da "Massa Crítica" em suas cidades, manifestaram apoio ao ato de São Paulo. O protesto também ocorre em 16 cidades do exterior, entre elas Londres, São Francisco, Munique, Colônia e Palermo.

No dia 17 de março, a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do MP-SP recorreu à Justiça. Por meio de uma ação civil pública, a promotoria pediu a suspensão das obras de ciclovias permanentes na cidade de São Paulo até que fossem disponibilizados estudos técnicos para implantação. Segundo a promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira, autora da ação, a prefeitura não encaminhou ao Ministério Público os projetos básico e executivo e não realizou audiências públicas para a construção das ciclovias.

Em caráter liminar, a Justiça havia suspendido as obras das ciclovias, com exceção da faixa para bicicletas da Avenida Paulista, medida que foi derrubada nesta sexta-feira.

Agência Brasil Agência Brasil
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