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Chuva: 80% dos municípios no AM decretam emergência

6 mai 2009 - 16h36
(atualizado às 18h47)
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O prefeito de Manaquiri e presidente da Associação Amazonense de Municípios, Jair Souto, disse nesta quarta-feira, durante um encontro de prefeitos no Senado, que 80% dos municípios amazonenses decretaram estado de emergência por conta dos estragos causados pelas chuvas. Pelo mesmo motivo, acrescentou, há grandes chances de esses municípios não conseguirem cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Moradores usam barcos para locomoção nas águas da cheia no Amazonas
Moradores usam barcos para locomoção nas águas da cheia no Amazonas
Foto: Defesa Civil AM / Divulgação

"Por conta do decreto emergencial, teremos de liberar recursos para as vítimas e, provavelmente, esse dinheiro virá da saúde e comprometerá as previsões orçamentárias relativas à Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas quem deve decidir sobre revisão e distribuição dos gastos são os conselhos dos municípios", explicou.

Para ele, a chuva piora e dificulta a prestação de serviços públicos básicos e a gestão municipal. "Como 60% das escolas estão fechadas, muitos alunos tiveram suas aulas interrompidas, piorando ainda mais o drama das famílias", disse.

Souto acredita que 2009 será lembrado como o ano das piores enchentes na história do Estado. "Já estamos bem próximos disso", complementou. A economia da região também deverá ser afetada, segundo o representante dos prefeitos do Amazonas, "uma vez que parte das colheitas de mandioca, malva e a pecuária já estão comprometidas".

Segundo ele, ainda não foi possível quantificar os prejuízos, "mas a estimativa é de que supere os R$ 120 milhões, entre atividades econômicas e os custos emergenciais para as famílias". A tendência de o prejuízo ser ainda maior se deve "aos números negativos da economia do Estado, que tendem a aumentar", previu.

O Amazonas solicitará recursos ao governo federal para melhor lidar com a tragédia, mas para isso é necessário aguardar o reconhecimento da situação por parte da Defesa Civil federal, que enviou técnicos para o Estado. "Nossa expectativa é de que o governo federal vá nos atender, afinal os prejuízos são bastante evidentes", disse.

Souto informou também que as prefeituras adotaram medidas emergenciais para levantar os assoalhos das palafitas e moradias localizadas em várzeas. Cerca de 20 mil famílias da cidade receberam os cartões do governo do Estado com uma ajuda no valor de R$ 300. "Nossa estimativa é de que hajam mais de 60 mil famílias vivendo problemas em decorrência das chuvas", avaliou.

Mais Chuvas

As chuvas que atingem as regiões Norte e Nordeste do Brasil já afetaram mais de 585 mil pessoas em seis Estados. Várias pessoas tiveram que deixar suas casas e comunidades ficaram isoladas com as cheias.

Segundo a Defesa Civil do Ceará, 26 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas no Estado. Pelo menos sete pessoas morreram e 112 ficaram feridas. Ao todo, foram 59 municípios afetados, dos quais seis (Cedro, Chorozinho, Itapajé, Marco, Milhã e Uruburetama) decretaram situação de emergência.

As fortes chuvas também afetou o Piauí, deixando 8 mil famílias desabrigadas em 22 cidades, que decretaram situação de emergência. Em todo o Estado, 41.045 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Segundo o chefe de gabinete da Secretaria de Defesa Civil do Piauí, Jorge Ney, municípios mais atingidos são Teresina, Barras, Campo Maior, Esperantina e Piracuruca.

No Rio Grande do Norte, 13 cidades decretaram emergência. De acordo com o Gabinete Preventivo, instalado pelo governo, 36.111 pessoas foram atingidas nas regiões de Angicos, Alto do Rodrigues, Apodi, Assu, Campo Grande, Espírito Santo, Gov. Dix-Sept Rosado, Ipanguaçu, Mossoró, Upanema, Pendências, Porto do Mangue e São Rafael.

As regiões mais atingidas são os vales do Açu e do Apodi, onde 3.419 pessoas deixaram suas casas e outras 1.645 estão desabrigadas. Mossoró, Alto do Rodrigues e Ipanguaçu foram os municípios mais afetados, com 985, 275 e 234 pessoas desabrigadas, respectivamente. Diversas rodovias estaduais ficaram danificadas pelas chuvas, como as RNs 117, 078, 104, 042, 013 e 018, que já passam por reparos de emergência.

Em Salvador, na Bahia, um deslizamento de terra provocou a morte de três homens nessa terça-feira. Eles estavam em uma casa, no bairro Pirajá, um dos que mais sofreu as conseqüências da chuva que atingiu a cidade.

No Estado do Pará, 160 mil pessoas (32 mil famílias) foram afetadas pelas chuvas. As regiões mais atingidas pelas cheias, segundo o governo do Estado, são o Baixo Amazonas e Tapajós, onde o nível do rio já está a 8,5 m acima do nível normal e 550 famílias estão desalojadas. A região de influência dos rios Araguaia e Tocantins também foi afetada, e em Marabá 346 famílias estão desalojadas.

Agência Brasil Agência Brasil
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