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Cidades

Bispo espanhol que deixou MT por ameaças passa bem, diz sobrinha

9 dez 2012 - 16h45
(atualizado às 17h02)
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Glória Casaldáliga, sobrinha do bispo espanhol Pere Casaldáliga - que foi obrigado a deixar São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, por causa das ameaças relacionadas ao seu trabalho a favor dos índios xavantes -, afirmou neste domingo que seu tio passa "bem, mas segue preocupado com a situação". Em entrevista à rádio Catalunha, Glória declarou que o bispo, de 84 anos e que sofre de Parkinson, decidiu deixar sua casa no Brasil "não só por de sua segurança, mas também pela das pessoas que viviam na mesma".

Ela falou com seu tio na tarde de ontem por telefone e assinalou que, apesar das circunstâncias que o forçaram a deixar sua residência, tinha o encontrado "bem e tranquilo". A sobrinha do bispo acrescentou que seu tio deseja que "esta situação acabe o quanto antes" e que também tem "muitas vontade de voltar a sua casa de São Felix com 'os seus'". Pedro Casaldáliga deixou a aldeia de São Félix do Araguaia devido a um recrudescimento das ameaças que recebe há anos por seu trabalho a favor dos índios xavantes, disseram à Agência Efe fontes de uma organização indigenista.

"Don Pedro tem certeza", resumiu um porta-voz do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma organização vinculada ao Episcopado, que se recusou a dizer para onde Casaldáliga foi levado. Segundo ele, o bispo espanhol está em um lugar protegido pela Polícia Federal. O Cimi denunciou que as ameaças se redobraram nas últimas semanas, aparentemente devido à iminente decisão de um tribunal que, segundo fontes judiciais, tende a se mostrar a favor dos índios xavantes em um processo de propriedade de terras, situadas próximas a São Félix do Araguaia.

Há mais de duas décadas, os xavantes contavam com a solidariedade de Casaldáliga, que chegou a esse remoto município de Mato Grosso em 1968. Nascido em Balsareny, em Barcelona, Casadáliga chegou à Amazônia após ter passado sete anos como missionário na Guiné Equatorial. No Mato Grosso, o bispo abraçou a Teologia da Libertação, uma corrente nascida nos movimentos de base da Igreja Católica no Brasil.

EFE   
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