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BA: bandeira do PT é rasgada durante manifestação em Vitória da Conquista

21 jun 2013 - 01h27
(atualizado às 15h31)
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Manifestantes queimam bandeira do Partido dos Trabalhadores durante protesto em Vitória da Conquista
Manifestantes queimam bandeira do Partido dos Trabalhadores durante protesto em Vitória da Conquista
Foto: Mário Bittencourt / Especial para Terra

Uma bandeira do PT foi rasgada nesta quinta-feira durante a manifestação de cerca de duas mil pessoas em Vitória da Conquista, na Bahia. O protesto durou cerca de 5 horas e percorreu as ruas centrais da cidade, fazendo percurso menor que o de quarta, quando os cerca de 10 mil manifestantes chegaram a fechar o trecho urbano da BR-116 por 4 horas.

O protesto foi ancorado por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No meio do ato, pessoas gritaram para abaixar as bandeiras do MST e os militantes de UJS, UNE e UEB tirarem a camisa, mas os militantes resistiram.

Foi neste contexto que um grupo isolado de manifestantes teve a ideia de queimar uma bandeira do PT, partido da atual administração local. No entanto, após diversas tentativas frustradas, os anti-partidiários - que não portavam camisa ou bandeira de agremiações polítiicas - resolveram rasgá-la.

Vaias

A atitude gerou vaias e princípio de tumulto entre os manifestantes. Portando bandeiras e camisas, também estavam na manifestação desta quinta militantes da UJS, UNE e UEB - entidades estudantis ligadas ao PCdoB.

Também havia militantes de outros partidos, como o vendedor Antônio Marcos Pereira de Queiroz, 31, integrante do recém-criado PEN (Partido Ecológico Nacional). “Tudo foi conduzido por pessoas de um partido. Eu sou filiado, já fui do PR, mas não estou aqui para defender bandeiras”, criticou. Para Xiscê, 28, índio pernambucano da etnia funiô, a manifestação é válida e “o povo deve se unir a qualquer custo, independentemente de ideologia partidária”.

A manifestação terminou esvaziada, no terminal de ônibus da cidade, e ficaram de fazer outro manifesto nesta sexta-feira. Os manifestantes pedem melhoria no transporte público, saúde, segurança e educação, e são contra os gastos nas copas das Confederações e do Mundo. O PT está no comando da prefeitura da cidade há cinco mandatos consecutivos. O atual prefeito é Guilherme Meneses.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Colaborou com esta notícia o internauta Anderson Oliveira, de Vitória da Conquista (BA)), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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