PUBLICIDADE

Após ação de vândalos, Curitiba calcula prejuízo de R$ 1,5 milhão

22 jun 2013 - 12h37
(atualizado às 13h03)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Janelas da prefeitura de Curitiba foram apedrejadas por grupo de v&acirc;ndalos</p>
Janelas da prefeitura de Curitiba foram apedrejadas por grupo de vândalos
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra

O resultado da ação de vândalos durante a manifestação na noite de sexta-feira no bairro Centro Cívico, em Curitiba (PR), ainda pode ser visto neste sábado. A avenida Cândido de Abreu, palco do confronto entre a Polícia Militar e quem queria confusão, tinha muitos estilhaços de vidro. Os vândalos destruíram cinco estações-tubo (onde há o embarque e desembarque de alguns ônibus do transporte coletivo) e quebraram vidros da sede da prefeitura de Curitiba, da Vara da Família e do Fórum Cível. Outros itens do mobiliário urbano, como lixeiras e pontos de ônibus e táxi, foram depredados. Além destes ataques, os baderneiros quebraram os vidros e arrombaram estabelecimentos comerciais e agências bancárias. Uma farmácia foi saqueada. Segundo a prefeitura, o prejuízo decorrente dos ataques chega a R$ 1,5 milhão.

A prefeitura informou que os vândalos danificaram 121 janelas e uma porta de vidro do Palácio 29 de Março. Na manhã deste sábado, operários colocavam placas de madeira para tampar os estragos. Havia pichações no prédio. A administração municipal prometeu encaminhar as imagens de monitoramento, que flagraram os atos, para as polícias Civil, Militar e Federal, além do Ministério Público.

No pátio do Tribunal de Justiça, era enorme a quantidade de pedras que foram retiradas das calçadas pelos vândalos e direcionadas ao prédio do Judiciário e a uma estação-tubo que fica próxima ao local. O cobrador foi trabalhar, mas encontrou a estação destruída. Apenas cumpriu o horário de trabalho porque não atendeu nenhum passageiro. Os ônibus que passam por ali foram desviados para o desembarque em outros pontos.

Quem passou pelo Centro Cívico na manhã de hoje observou os estragos. Muitos moradores tiraram fotos ou ficaram parados em frente aos locais depredados com um ar de estarrecimento. Para quem foi atingido, foi o momento de limpar tudo. Uma agência bancária do Itaú, que foi bastante danificada pelos vândalos, colocou tapumes para evitar mais problemas.

O quinto protesto realizado em Curitiba para reivindicar um preço mais justo na tarifa de ônibus reuniu cerca de 15 mil pessoas, que se dividiram em grupos e percorreram as ruas da cidade. Houve confronto entre integrantes de uma torcida organizada do Atlético Paranaense e manifestantes na Arena da Baixada, estádio que vai receber jogos da Copa do Mundo em 2014. Outro grupo foi em direção ao Centro Cívico, onde está o Palácio Iguaçu - sede do governo do Estado, a prefeitura de Curitiba e instalações dos Judiciários. Depois de algumas pessoas depredarem patrimônios públicos e particulares e atacarem policiais militares com pedras, bombas de fabricação caseira e pedras, a Tropa de Choque reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A multidão se dispersou, deixando apenas o rastro de destruição. Ao todo, 30 pessoas foram presas e três policiais militares ficaram feridos na confusão.

&amp;lt;a data-cke-saved-href=&amp;quot;http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm&amp;quot; data-cke-274-href=&amp;quot;http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm&amp;quot;&amp;gt;veja o infogr&amp;aacute;fico&amp;lt;/a&amp;gt;

&amp;amp;amp;lt;a data-cke-saved-href=&amp;amp;quot;http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm&amp;amp;quot; href=&amp;amp;quot;http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm&amp;amp;quot;&amp;amp;amp;gt;veja o infogr&amp;amp;aacute;fico&amp;amp;amp;lt;/a&amp;amp;amp;gt;

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade