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Polícia

ANJ e Fenaj condenam ação da PM contra jornalistas em protesto em SP

14 jun 2013 - 22h48
(atualizado às 22h59)
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A Associação Nacional de Jornais (ANJ)  e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) condenaram, nesta sexta-feira, a ação policial durante o protesto ocorrido ontem, em São Paulo, contra o reajuste da passagem do transporte público.

Repórter do Terra é agredido pela PM em protesto em SP
Repórteres da Folha levam tiros de borracha no rosto em protesto
SP: fotógrafo do Terra é preso durante cobertura de protesto

Fotógrafo atingido em protesto tem chance mínima de recuperar visão

Fotógrafo do Estado de S. Paulo é atropelado por viatura em protesto

Em nota, as entidades destacaram a violência de policiais com profissionais de diversos veículos de comunicação. Para a ANJ, "a ação policial extrapolou o rigor cabível em ações voltadas à manutenção da ordem". "É inaceitável a prisão de repórteres e a brutalidade empregada pelas forças policiais contra jornalistas", diz a nota assinada pelo vice-presidente da associação, Francisco Mesquita Neto.

Veja momento em que jornalista é preso por portar vinagre:

A ANJ pediu ainda que "as autoridades investiguem o episódio, adotando as medidas cabíveis para que os responsáveis pelos excessos sejam punidos e para assegurar que o trabalho da imprensa seja respeitado e a integridade de seus profissionais preservada".

Para a Fenaj, a ação policial buscou criminalizar o direito constiitucional de manifestação. Segundo a  nota da entidade, as prisões e agressões a profissionais da imprensa são "inadmissíveis".

"O uso de balas de borracha, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo - lançadas inclusive contra transeuntes que nada tinham a ver com a manifestação - e agressão indiscriminada com cacetetes contra cidadãos é incompatível com o Estado Democrático de Direito", disse a Fenaj.

Mais agressões

O repórter do Terra Vagner Magalhães também levou um golpe de cacetete de um policial militar enquanto cobria o protesto. O jornalista foi agredido no braço, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Manifestantes se juntaram no local depois que o protesto e os confrontos com a polícia se amenizaram. Policiais passaram pelo local e foram ironicamente aplaudidos pelo grupo. Diante da provocação, os PMs partiram para cima dos manifestantes.

Próximo da confusão, Vagner alertou os policiais que é repórter e que estava trabalhando no local, mas foi agredido. Os PMs ainda lançaram bombas sobre um grupo de jornalistas que partiu em sua ajuda.

O fotógrafo do Terra Fernando Borges foi detido enquanto cobria a manifestação, ainda nesta tarde. Ele portava crachá de imprensa, equipamento fotográfico de trabalho e se apresentou como jornalista, mas foi levado pelos policiais. Ele passou 40 minutos detido junto com outros manifestantes, de frente para a parede, com as mãos nas costas e a cabeça baixa, mas já foi liberado.

Os policiais revistaram os pertences e documentos dos detidos, e só liberaram o fotógrafo alegando que ele "não portava vinagre", que é usado como "antídoto caseiro” contra os efeitos da bomba de gás lacrimogêneo. Alguns profissionais de imprensa utilizam o produto para conseguir trabalhar registrando as imagens do protesto.

A repórter do Terra Marina Novaes tentou fugir das bombas lançadas pela polícia e se refugiou na garagem de um prédio próximo à praça Roosevelt, junto de um grupo de outras pessoas. A polícia isolou a área e levou o grupo para o camburão. Retida, ela só foi dispensada depois que se apresentou como jornalista. 

O repórter do jornal Metro, Henrique Beirange, foi atingido por um jato de spray de pimenta, enquanto cobria a manifestação. "Jogaram spray de pimenta de forma aleatória contra os jornalistas. Isso é um absurdo. A gente está aqui trabalhando", protestou. 

O jornal Folha de S.Paulo anunciou que sete repórteres da empresa foram agredidos, sendo que dois levaram tiros de balas de borracha no rosto, durante o protesto. Segundo o veículo, os jornalistas atingidos com tiros são Giuliana Vallone e Fábio Braga.

Uma imagem que seria da repórter com o olho inchado após o tiro circula nas redes sociais. O jornal também cita uma testemunha que teria visto um policial "mirar e atirar covardemente" na repórter. Segundo a Folha, o fotógrafo Fábio Braga foi atingido por dois disparos.

O fotógrafo Filipe Araújo, do jornal O Estado de S. Paulo, foi  atropelado por um carro da polícia enquanto registrava o protesto. De acordo com a publicação, por volta das 23h30, Araújo estava com um grupo de manifestantes que ainda seguia pela avenida Paulista, no sentido da rua da Consolação, e que começaram a queimar lixeiras na via. 

A Força Tática da Polícia Militar então partiu para cima dos manifestantes. Araújo fazia fotos da ação policial, quando uma viatura teria sido jogada em sua direção.  “O motorista de outra viatura que estava em outra faixa da rua me viu e virou o carro na minha direção. Ele viu que eu era fotógrafo, mas veio criminosamente para cima de mim. Eu virei de costas, tentei ir para a calçada, mas fui pego. Estava com um capacete de skate, mas machuquei a cabeça. Machuquei as costas, pernas, cotovelo, me ralei todo”, declarou o fotógrafo à publicação. 

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Com informações da Agência Brasil

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Fonte: Terra
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