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Cidades

Animais que estavam em casa de suspeita são levados para ONG

13 jan 2012 - 16h04
(atualizado às 17h13)
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Nove animais foram retirados na tarde desta sexta-feira da casa de Dalva Lina da Silva, 42 anos, suspeita de matar 33 cães e gatos e colocá-los em sacos de lixo em frente no bairro Vila Mariana, em São Paulo. De acordo com o delegado Wilson Correia, depois de serem levados ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), oito gatos e um cachorro foram encaminhados para a ONG Adote um Gatinho.

A polícia de São Paulo encontrou 33 cães e gatos mortos em frente a uma casa na Vila Mariana, zona sul da cidade, na madrugada desta sexta-feira
A polícia de São Paulo encontrou 33 cães e gatos mortos em frente a uma casa na Vila Mariana, zona sul da cidade, na madrugada desta sexta-feira
Foto: Helio Torchi / Futura Press

O advogado da ONG, Rodrigo Barbosa Carneiro, disse que os animais chegaram estressados, mas, aparentemente, com saúde. Uma veterinária da entidade faria uma avaliação dos bichos antes de eles serem encaminhados para a casa de voluntários. "Eles ficarão nessas casas porque, por enquanto, não é possível adotá-los. Legalmente, eles ainda pertencem à mulher, pelo menos até ela abrir mão da propriedade dos bichos ou ser condenada pela Justiça", disse Rodrigo.

A acusada foi presa nesta madrugada por policiais da DPPC após denúncias de maus tratos. Ela foi localizada no bairro Vila Mariana e os corpos dos animais estavam abandonados em frente à casa dela. Na garagem da residência havia diversas gaiolas para transporte de animais. Na noite de quinta, ela foi vista jogando os bichos mortos no lixo. Segundo a PM, ela falou que sedava e sacrificava alguns animais porque eles sentiam dor.

Entretanto, protetores de animais denunciaram que a morte dos 33 cães e gatos está ligada a um comércio clandestino de sangue de animais. Segundo o advogado da ONG Adote um Gatinho, que foi procurada pelos voluntários após a localização dos corpos, ainda é cedo para afirmar a versão. Segundo ele, protetores contrataram um detetive para investigar a mulher. "A investigação começou porque os voluntários desconfiavam dela, já que, quem trabalha com animais de rua sabe que é um custo muito grande doar um bicho, mantê-lo. E ela não noticiava adoções, não divulgava na mídia, página na internet, nada. Como ela conseguia manter 20, 30 animais dentro de casa? Há relatos de ela ter recebido 30 em um mês. O que ela fazia com eles?", disse Rodrigo.

De acordo com o advogado, o detetive relatou que várias pessoas entregavam os animais para Dalva durante a semana. Fotografias feitas durante a investigação foram entregues ao delegado responsável pelo caso. "Algumas pessoas nem faziam ideia do que estava acontecendo. Elas levavam os bichos acreditando que a mulher cuidaria deles e os poria para a adoção", disse o assessor jurídico da ONG.

Dalva Lina da Silva afirmou que recebeu os cães e gatos doentes e tentou tratá-los, mas como não obteve sucesso, aplicou anestésico para que cinco deles morressem sem dor. Ela foi liberada após prestar depoimento porque, segundo a polícia, o caso é considerado de menor potencial ofensivo. "Infelizmente, a legislação para crime contra animais é muito branda. Ela foi embora da delegacia antes da gente", disse Rodrigo.

Fonte: Terra
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