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Alunos que invadiram reitoria marcam nova reunião com USP

7 nov 2011 - 12h24
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A Comissão de Negociação da Reitoria Ocupada, grupo que representa os estudantes que invadiram o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) em protesto contra a presença da Polícia Militar no campus, informou que fará às 14h30 desta segunda-feira uma reunião para negociar com a reitoria. Segundo a nota, enviada pelo e-mail do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o encontro vai acontecer nas próprias dependências da universidade, ao contrário do que ocorreu no sábado.

No fim de semana, representantes da USP e estudantes que invadiram a reitoria definiram, em acordo, o prazo de hoje às 23h para que os estudantes desocupassem o prédio. Só assim a reitoria admitiu continuar as negociações. O encontro ocorreu no fórum Hely Lopes Meirelles, e foi mediado pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública Central de São Paulo, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP).

Em nota, a USP afirmou que, se a reitoria for desocupada no prazo, fará uma reunião de negociação com os alunos na terça-feira. A administração da universidade reforçou que serão criados dois grupos de trabalho formados por representantes da reitoria, estudantes e funcionários. Um vai examinar a questão dos processos administrativos disciplinares, enquanto o outro, que deverá contar com a participação de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência e do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, ambos da universidade, tem como objetivo a discussão sobre o plano de trabalho que vai integrar o convênio assinado entre universidade e PM. A constituição desses grupos e o início dos trabalhos também estão condicionados à desocupação.

A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio.

A FFLCH havia sido ocupada depois que a Polícia Militar abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada. Os policiais usaram gás lacrimogêneo e alunos teriam ficado feridos após confronto. Na tarde de terça-feira, no entanto, cerca de 200 estudantes de pelo menos três faculdades protestaram, em frente à praça do Relógio, próximo a uma base da Guarda Universitária, pela permanência da PM no campus. Com cartazes e carro de som, os manifestantes se posicionaram contra o grupo considerado por eles "radical".

Reunião acontecerá no prédio de Geografia e História às 14h30, segundo comissão
Reunião acontecerá no prédio de Geografia e História às 14h30, segundo comissão
Foto: Nelson Antoine/Fotoarena / Especial para Terra
Fonte: Terra
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