AfroReggae: 'se fechar os núcleos, o mal prevaleceu'
Coordenador da ONG diz que atividades permanecem, mesmo após novo atentado na Vila Cruzeiro
Em vídeo divulgado por meio da assessoria de imprensa do AfroReggae, o coordenador da ONG, José Júnior, disse que a entidade não vai fechar as portas, mesmo após um novo ataque, ocorrido na noite de quinta-feira na Vila Cruzeiro. A reabertura do núcleo, que havia sido atacado no Complexo do Alemão, incomodou os criminosos, segundo José Júnior.
"Eu acho que a reabertura do núcleo incomodou bastante, teve muitos jovens e crianças participando das atividades, acho que isso era algo que ninguém esperava, principalmente os criminosos, e vou dizer que a gente vai continuar com as atividades do AfroReggae, a partir do momento que a comunidade queira. E a gente sabe que quer", garantiu ele.
O ataque de ontem foi o terceiro a sedes do AfroReggae nos complexos do Alemão e da Penha em pouco mais de duas semanas. Em 16 de julho, uma pousada da ONG foi incendiada e três dias depois José Júnior anunciou que encerraria as atividades no Alemão, pois teria recebido uma ameaça de bomba.
Na última quarta-feira, ele voltou atrás e reabriu o núcleo, mas horas antes da reinauguração, a sede foi atingida por pelo menos oito tiros de fuzil.
"Sabemos que há vários moradores sendo pressionados para não permitir que seus filhos participem das atividades do AfroReggae, mas é uma luta do bem contra o mal. Se a gente agora fechar os núcleos do AfroReggae, o mal prevaleceu. Nós acreditamos num país, no mundo, num Estado, numa cidade melhor. E é por isso que o Afroreggae não pode fechar suas portas", ressaltou Júnior.