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Advogado narra fuga de prédio vizinho: 'achei que era um avião'

26 jan 2012 - 16h44
(atualizado às 17h08)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

Por volta das 21h de quarta-feira, Cláudio de Taunay se preparava para deixar seu escritório, no 16º andar do Edifício Capital, quando ouviu um estrondo no edifício ao lado. "Achei que algum avião havia se chocado com o prédio", disse o advogado. Naquele instante, a construção havia acabado de desabar.

Confira como fica o trânsito no local após os desabamentos

Os momentos que se seguiram foram dignos de um filme de aventura. Cláudio e seus colegas tentaram descer pelas escadas, mas no 7º andar encontraram uma montanha de entulhos que impedia a descida. Olharam para o lado e viram um rombo aberto na parede. "Tive a vista de todo o Rio onde deveria estar o prédio vizinho. Aí nos desesperamos", contou.

O grupo, então, resolveu subir de volta para a cobertura e esperar o resgate. "Daí para a frente foi um alívio. Hoje até fui para a praia tomar um banho de mar, relaxar. É muito triste pelos que morreram, mas eu sinto como se tivesse nascido de novo."

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção anexa ao Theatro Municipal. Segundo a Defesa Civil do município, cinco pessoas morreram no acidente e outras 18 permanecem desaparecidas. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite do incidente na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Veja a localização do desabamento:

Fonte: Terra
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