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Polícia

Jornalistas negam que imprensa tenha influenciado Lindemberg

14 fev 2012 - 16h28
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Marina Novaes

Vagner Magalhães

Advogado rebate defesa e nega que Nayara tenha simulado choro:
Direto de Santo André

Os jornalistas Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos, da TV Bandeirantes, afirmaram durante o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes - acusado pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel, em outubro de 2008 - que não acreditam que a imprensa tenha agido de forma agressiva contra o réu. Durante as mais de 100 horas em que ele manteve Eloá em cárcere privado, Lindemberg concedeu pelo menos duas entrevistas a outras emissoras.

Rodrigo Hidaldo, do Jornal da Band, disse que ele e toda a equipe da empresa receberam um comunicado da direção de jornalismo do grupo proibindo qualquer contato com o acusado durante o período de cárcere. "Depois que foram veiculadas algumas entrevistas, a ordem que nos foi passada era a de que não deveríamos tentar nenhum contato com ele, para que não atrapalhássemos as negociações em curso", disse.

Hidalgo acompanhou quatro dos cinco dias de cárcere, ele circulava pelas imediações do prédio em que Eloá foi morta. Márcio Campos, do Brasil Urgente, afirmou que, posteriormente, ouviu as entrevistas que Lindemberg concedeu para outras emissoras, mas negou que os entrevistadores tenham influenciado Lindemberg a cometer qualquer tipo de crime.

"Apesar de não concordar em falar com o acusado, acredito que os colegas que o fizeram tentaram até ajudar, pelo menos no convencimento para que ele libertasse a namorada com vida", disse.

Uma das teses da defesa de Lindemberg é que a presença massiva da imprensa e a pressão psicológica que ele sofreu com isso teria contribuído para o desfecho trágico do caso.

O mais longo cárcere de SP

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Fonte: Terra
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