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Polícia

Curiosos madrugam na fila para assistir ao júri do caso Eloá

13 fev 2012 - 08h18
(atualizado às 17h10)
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Marina Novaes

Vagner Magalhães

Acusado da morte de Eloá Pimentel, Lindemberg Alves chega no Fórum de Santo André para seu julgamento
Acusado da morte de Eloá Pimentel, Lindemberg Alves chega no Fórum de Santo André para seu julgamento
Foto: Diogo Moreira / Futura Press
Direto de Santo André

Chegou ao Fórum de Santo André, no ABC Paulista, às 8h11, Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, então com 15 anos, em 2008, após mantê-la por 101 horas em cárcere privado. Ele entrou pelos fundos. Filas se acumulam desde a noite de ontem para acompanhar o júri popular, previsto para ter início às 9h. A expectativa é que a sentença saia em até quatro dias.

Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo

Curiosos e familiares de vítimas de violência acordaram cedo para garantir um lugar no plenário do Fórum de Santo André. Cerca de 50 pessoas aguardam na chuva para assistir ao julgamento, entre elas, o estudante de direito Thiago Badan, 32 anos, que chegou à meia-noite para ficar em primeiro na fila e arrisca um palpite sobre o desfecho do caso. "Acho que a população já o condenou, é muito difícil que ele não seja condenado pelo Tribunal, se já foi condenado pela sociedade", disse.

Também aguardava na fila para assistir ao julgamento Marta Consoli, mãe da estudante Bianca, 19 anos, assassinada há cinco meses. Ela e a fila Daiana, ex-mulher do acusado de matar a irmã, Sandro Dota, estavam desde as 7h do lado de fora do fórum para prestar solidariedade à mãe de Eloá.

"Eu vim prestar minha solidariedade à mãe da Eloá. Perder um filho é uma dor que nunca passa. E também, vim para preparar o meu coração para o julgamento do assassino da minha filha", afirmou.

O julgamento de Lindemberg deve durar cerca de três dias e ele pode pegar até 100 anos de prisão, se condenado.

O mais longo cárcere de SP

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Fonte: Terra
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