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Brasília: grupo protesta contra visita do secretário de Estado americano

13 ago 2013 - 19h21
(atualizado às 19h21)
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Em visita ao Brasil, secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, concede entrevista
Em visita ao Brasil, secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, concede entrevista
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Um grupo de manifestantes protestou nesta terça-feira, em frente ao Palácio Itamaraty, contra a visita do secretário de Estado americano, John Kerry. O protesto ocorreu quando o secretário deixava o local. Alguns ativistas chamaram Kerry de espião, em alusão às denúncias de monitoramento de agências americanas a cidadãos brasileiros, e o mandaram voltar para os Estados Unidos. O protesto foi pacífico, e policiais militares assistiram ao ato sem reagir.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, acompanhou Kerry até o carro e não comentou sobre o protesto. Durante a reunião com o chanceler, o secretário de Estado perguntou sobre as manifestações ocorridas no País e quis entender o que motivou os protestos.

Ontem, funcionários do governo americano rastrearam os locais por onde o secretário de Estado passaria ao longo do dia de hoje. Os americanos queriam garantir a segurança em caso de protestos mais intensos, como o ocorrido em junho quando o Itamaraty foi alvo de manifestantes que destruíram vidraças e algumas peças do prédio.

No Itamaraty, entretanto, a segurança para a visita de Kerry foi a mesma organizada para todos os chanceleres estrangeiros. O esquema é feito por seguranças internos, que trabalham rotineiramente no palácio, guarda de representação, que é formada por fuzileiros navais, e, do lado de fora do prédio, o responsável é a Polícia Militar (PM).

Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Agência Brasil Agência Brasil
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