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Mundo

Brasileiros em Mali se recolhem à espera de notícias

22 mar 2012 - 17h57
(atualizado às 18h33)
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Depois de uma manhã ainda tensa, com disparos pelas ruas, os brasileiros que vivem no Mali permanecem em casa à espera de notícias sobre a situação no país, palco de um golpe militar contra o governo do presidente Amadou Toumani Touré.

"Ainda não temos informações precisas sobre o desenrolar dessa crise", disse à BBC Brasil o embaixador brasileiro na capital do Mali, Bamako, Jorge José Frantz Ramos.

Segundo o embaixador, cerca de 30 brasileiros vivem no país, a maioria deles funcionários da embaixada ou voluntários, e todos estão bem.

"Aconselhamos que fiquem em casa, tranquilos", disse Ramos. "Estamos mantendo todos informados da situação."

O embaixador disse que, na tarde desta quinta-feira, a calma aparentava estar retornando à capital, com carros voltando a circular pelas ruas. O comércio, porém, permanecia fechado.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Itamaraty disse que o governo brasileiro "acompanha com preocupação os acontecimentos em curso no Mali, que levaram à ruptura da ordem constitucional naquele país".

"O governo brasileiro apoia os esforços da União Africana no sentido de buscar o pronto restabelecimento da ordem constitucional e da democracia, conclamando as partes à moderação, ao diálogo pacífico e ao repúdio ao uso da força", diz a nota.

Saques

Depois de anunciar em um pronunciamento na TV estatal que haviam assumido o controle do país, os líderes do golpe disseram que todas as fronteiras e o espaço aéreo do Mali estão fechados e pediram calma à população.

Nesta quinta-feira, soldados saquearam o palácio presidencial em Bamako. Fontes oficiais disseram à BBC, porém, que o presidente está em segurança e não está sob custódia dos rebeldes.

Os soldados golpistas se autodenominam Comitê para o Reestabelecimento da Democracia e a Restauração do Estado e dizem que irão entregar o poder a um governo eleito democraticamente, "assim que a unidade nacional e a integridade territorial estejam estabelecidas".

Líderes do golpe dizem que a motivação foi o fato de o governo não dar aos militares armas suficientes para conter uma rebelião tuaregue no norte do país.

Segundo analistas, há a possibilidade de que o golpe fracasse, já que as tropas são mal-equipadas, lideradas por soldados de baixa patente e podem não ter o apoio de todas as forças armadas do país.

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