Brasileiro de 72 anos cruza 40 países em cima de uma moto
Foi-se o tempo em que ser idoso era sinônimo de passar os dias sentado em frente à TV ou jogando dominó na praça. Com o aumento da expectativa de vida da população acima dos 60 anos, tem sido cada vez mais comum encontrar pessoas da terceira idade cheias de disposição e planos para o futuro. É o caso do aposentado Augusto Lins e Silva, que aos 72 anos pode ser considerado o maior motociclista estradeiro do mundo, tendo percorrido mais de 40 países em quatro continentes.
Apaixonado por motos desde os 15 anos, Augusto aproveitou a chegada da aposentadoria para ganhar o mundo sobre duas rodas. Seu estilo de vida merece destaque neste 1º de Outubro, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional do Idoso. “Acho que sou um exemplo para a terceira idade. Todos deveriam fazer uma atividade, viajar, abrir a mente. Do contrário nós vamos morrendo aos poucos. Pretendo andar de moto pelo menos até os 80 anos”, diz ele, que voltou em junho de sua mais recente aventura onde percorreu as capitais do Brasil de moto.
Radicado em Nova Friburgo, região serrana do Rio, há 18 anos, Augusto foi vereador e prefeito em Recife além de deputado federal por Pernambuco. Em seu bucólico sítio no bairro de Nova Suíça, ele coleciona troféus, fotos e reportagens de suas impressionantes aventuras como cruzar de moto os continentes da Europa, Ásia e África e percorrer os desertos do Atacama (por 11 vezes), o Monjave, Sechura e o Saara, sob um calor de 51ºC. "Eu não tinha ninguém, apenas os camelos por perto. Batia papo com eles e tirava fotos”, relembra ele aos risos.
Vale destacar que os dois recordes mundiais na categoria Terceira Idade pertencem ao motociclista, considerado o melhor da modalidade entre os estradeiros de longa distância nesta faixa etária. Augusto também foi ganhador do troféu de Motociclista Mais Rodado no maior encontro mundial da modalidade, que acontece anualmente na cidade de Sturgis, em Dakota do Sul (EUA). "Esse troféu equivale a um Oscar ou uma medalha olímpica para o motociclista. Ao longo da minha vida, já bati a marca dos 2 milhões de quilômetros rodados”, afirma ele, que aguarda sua inclusão no Guiness Book, o livro dos recordes.
Esbanjando vitalidade e espírito aventureiro, Augusto já planeja seu próximo desafio sobre duas rodas: em julho de 2015 pretende cruzar os Estados Unidos de ponta a ponta. “Não tem nada melhor do que rodar esse mundão sem ter compromisso nenhum”, afirma o motociclista, que viaja sempre sozinho. “É um momento que tenho para refletir, estar sozinho comigo mesmo.”
