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Brasil pede esclarecimentos aos EUA após denúncias de espionagem

7 jul 2013 - 15h37
(atualizado às 15h43)
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O Itamaraty pediu neste sábado "esclarecimentos" ao governo americano e ao embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon quanto à denúncia de que pessoas e empresas no Brasil teriam sido alvo de espionagem por parte da NSA (agência nacional de segurança dos EUA).

A denúncia foi feita em reportagem do jornal O Globo, com base em documentos coletados por Edward Snowden, que apontariam que o Brasil teve "2,3 bilhões de telefonemas e mensagens (de e-mail) espionados", segundo a matéria.

"O Governo brasileiro recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos", diz comunicado do Itamaraty.

Segundo a nota, o governo brasileiro "promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT) o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações e lançará, na ONU, iniciativas para proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação (...) que protejam os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países".

Incômodo diplomático

As denúncias devem causar incômodo nas relações bilaterais, poucos meses antes de uma visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff fará ao presidente americano, Barack Obama, em Washington, em outubro.

Dilma já criticara com veemência o incidente diplomático envolvendo o presidente boliviano, Evo Morales, na Europa. Na semana passada, Morales teve espaço aéreo recusado em países europeus, por conta de suspeitas de que seu avião presidencial estaria abrigando Snowden.

A presidente brasileira disse que o "constrangimento" causado a Morales afeta toda a América Latina.

Snowden, que fugiu dos EUA após denunciar ao jornal britânico The Guardian uma grande rede de espionagem promovida pela NSA, passou por Hong Kong e foi visto pela última vez na área de trânsito do aeroporto de Moscou.

Seu passaporte foi revogado, e ele fez pedidos de asilo a diversos países (Brasil incluído). Três ofereceram abrigo a ele: Bolívia, Venezuela e Nicarágua.

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