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Brasil enviará hospital de campanha ao Haiti nesta quinta

14 jan 2010 - 08h49
(atualizado às 12h21)
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Cerca de 40 pessoas, entre médicos da Aeronáutica e voluntários, já estão a postos no Brasil para embarcar para Porto Príncipe, capital do Haiti,que foi destruída por um terremoto na última terça-feira. Eles vão trabalhar no hospital de campanha (HCamp) que o governo brasileiro montará na capital do país caribenho para ajudar no atendimento de feridos.

Civis recebem atendimento médico na base da missão de paz brasileira em Porto Príncipe
Civis recebem atendimento médico na base da missão de paz brasileira em Porto Príncipe
Foto: Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil

Os três principais hospitais da cidade ruiram com o terremoto,que atingiu 7 graus de magnitude. Pacientes, médicos e enfermeirosforam soterrados. Além do hospital, o governo brasileiro deveráenviar ao país caribenho kits com medicamentos e ambulâncias paraajudar no resgate dos feridos.

Segundo o diretor de Saúde da FAB (Força Aérea Brasileira), major-brigadeiro-médico José Antônio Monteiro, serão enviados 46 militares da área de saúde, entre médicos e enfermeiros, além de equipamentos para centro cirúrgico, UTI (unidade de terapia intensiva), raio-X, laboratório e módulos para atendimento ambulatorial. O HCamp atenderá urgências e emergências, com capacidade de realizar cirurgias e de socorrer pacientes graves.

"O HCamp atenderá dentro do processo de socorro às vítimas do terremoto, em coordenação com o Exército Brasileiro", explicou Monteiro. Na equipe, estão profissionais que já viveram o socorro prestado pelo HCAMP, nos anos 80, às vítimas do terremoto de El Salvador, e no próprio Haiti. "Aproveitaremos a nossa experiência nesse tipo de situação em benefício da população", disse.

O HCamp é um hospital móvel, para curto período de internação e destinado a atender feridos em combate, composto de módulos (barracas) climatizados, que podem ser montados em diversas configurações, dependendo da necessidade. No Haiti, a unidade estará em sua configuração completa, com módulos adicionais para internações de curto período, além dos que servem ao atendimento ambulatorial.

Na manhã desta quinta-feira, o material do HCAMP seguiu para a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, onde será embarcado em aeronaves de transporte C-130 Hércules.

A missão brasileira que chegou ao Haiti na quarta-feira para preparar as ações de ajuda humanitária identificou quatro pontos emergenciais: resgate dos corpos, atendimento dos feridos, segurança e ajuda com comida e água para os milhares de haitianos que vagam pelas ruas de Porto Príncipe depois de ter suas casas destruídas.

Nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que coordena os trabalhos da missão, detalhará os procedimentos iniciais, acertados ontem em uma reunião em Porto Príncipe com o comandante militar da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), general brasileiro Floriano Peixoto Vieira, além de altos oficiais das Forças Armadas. 

Nesta quinta-feira, os que integram a missão vão sobrevoar de helicóptero a capital haitiana para verificar a extensão da destruição e as principais áreas atingidas. Na quarta-feira, o general Floriano Peixoto disse ao ministro Jobim que as primeiras impressões sobre a tragédia são de destruição total. "Não há área mais afetada. O terremotodestruiu toda a cidade", disse.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Agência Brasil Agência Brasil
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